Ceat fica na 13ª posição entre os colégios gaúchos

Vale do Taquari

Ceat fica na 13ª posição entre os colégios gaúchos

Entre as 20 melhores da região, 15 são privadas

Ceat fica na 13ª posição entre os colégios gaúchos
Foto: arquivo
Vale do Taquari

O desempenho dos alunos gaúchos no Enem melhorou, mas o estado ainda está longe dos resultados mais expressivos do passado.

Os estudantes tiveram média de 525,13 nas provas do ano passado. Em 2014, a nota média foi de 518,66. Neste ano, o RS ficou em 6º, atrás de Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.

Particulares lideram

No Vale, das 20 escolas com melhores resultados, 15 são particulares. A primeira escola pública no ranking é o Colégio Estadual Vicente de Carvalho, de Dois Lajeados, que aparece na 14ª posição regional.

O Colégio Alberto Torres (Ceat), de Lajeado, conquistou a melhor posição, ficando em 13º lugar entre todas as instituições do RS. De acordo com o diretor, Rodrigo Ulrich, o resultado é fruto da participação da comunidade escolar. Ressalta o fato de o colégio manter as médias ao longo dos anos. “Trabalhamos para termos esses resultados continuamente.”

O pior desempenho foi da Escola Estadual de Forquetinha. Procurada pela reportagem, a diretora da instituição não respondeu, pois estava em reunião fora do município.

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“[..]o professor precisa ser mais valorizado, ter condições de buscar a qualificação continuada.”

A professora da Faculdade de Educação da UFRGS, Roselane Costella, avalia negativamente o resultado dos estudantes gaúchos no Enem. Para ela, o governo e as universidades precisam melhorar a formação dos professores.

A Hora – Como a senhora avalia o resultado divulgado ontem?

Roselane Costella – Acho que ele não foi bom e isso foi por três motivos. O primeiro é a formação dos professores dentro das universidades. Elas precisam qualificar o processo fazendo com que os estudantes universitários transformem conteúdo em conhecimento. Existe hoje pouca preocupação com a metodologia de ensino. O segundo é que o professor precisa ser mais valorizado, para ter condições dignas de trabalho e poder buscar a qualificação continuada. O terceiro é a infraestrutura das escolas desde a disponibilidade de material de didático, informatização, bibliotecas, etc. As escolas estão precárias. Isso que falta na escola é o que faz falta nas provas externas como Enem.

O Enem ainda é uma boa maneira de avaliar o ensino?

Roselane – Ele surge em 1998 para diagnosticar o Ensino Médio brasileiro e não para classificar o aluno para universidade. As escolas privadas veem no Enem um caminho para o aluno dela acessar o ensino superior, tanto que nem participavam até 2009. Enquanto isso, a escola pública usa para verificar o conhecimento do aluno. Mas, se escolher entre uma prova de vestibular tradicional e a do Enem para avaliar o conhecimento do estudante, o Enem é muito melhor. Porque cobra capacidade mais do que conteúdo, é uma prova interpretativa, e o aluno tem que saber o que fazer com o conteúdo. Por isso é melhor do que uma prova de vestibular convencional.

A proposta de reforma do Ensino Médio pode melhorar esse quadro?

Roselane – Uma reforma tem que existir, a educação básica como está não tem como continuar. Mas essa medida provisória apresentada é ridícula, praticamente inexequível. Se pensarmos que queremos desenvolver no nosso aluno o poder da subjetividade, uma saúde mental e física e que isso faz parte da educação, e recebemos uma MP que retira a obrigatoriedade da Arte e Educação Física. Além disso, não temos arquitetura curricular que consiga dar conta dessas mudanças.

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