Univates critica proposta de reforma no Ensino Médio

Lajeado

Univates critica proposta de reforma no Ensino Médio

Instituição contesta cinco pontos da proposta

Univates critica proposta de reforma no Ensino Médio
Lajeado

Uma semana após o anúncio da Medida Provisória (MP) que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) , a Univates encaminhou nota oficial manifestando-se sobre a proposta do governo federal.

Pontos considerados polêmicos, como a retirada da obrigatoriedade de disciplinas ou atuação de profissionais de notório saber, foram abordados no documento assinado pelo reitor Ney José Lazzari (veja trechos no boxe).

Na nota, o centro universitário enfatiza que a reforma “traz modificações contundentes em um sistema de ensino que apresenta uma série de deficiências.” Por isso, na opinião da Univates, é necessária a participação da sociedade na elaboração das propostas.

Conhecida também como Reforma no Ensino Médio, a MP foi apresentada pelo governo federal no dia 22. De acordo com o texto, a educação seguiria quatro eixos principais: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.

Entre as principais novidades, está a possibilidade de os estudantes escolherem parte das matérias que vão estudar, além da redução de disciplinas e aumento na carga horária para sete horas diárias. Intenção é que metade da carga horária do Ensino Médio seja de conteúdo obrigatório. O restante seria flexibilizado para os conteúdos de preferência dos alunos.

A proposta precisa ser discutida e votada pelo Congresso em até 120 dias. Caso contrário, a MP perde validade.

Trechos da Nota

Forma de proposição
“[…]diante da importância da matéria, faz-se imprescindível o debate qualificado, criterioso e pautado na pluralidade de ideias. Assim, entende-se que uma proposta que versa sobre tema de tamanha importância e alcance estratégico para o país não deveria ser realizada por meio de Medida Provisória.”

Retirada da obrigatoriedade da Educação Física e Artes
“Não se pode limitar o acesso dos jovens e adultos às práticas historicamente construídas da cultura corporal e artística. A formação, nesse nível de ensino, não se restringe a atividades isoladas, mas a experiências que impliquem em um modo de olhar, em abertura de sentidos e de valores, em aversão a rotulações e estereótipos.”

Flexibilização do currículo
“[…]a proposta traz avanços, mas permanece a preocupação quanto à possibilidade de que apenas um número reduzido de escolas tenha condições materiais e humanas de ofertar mais de uma ênfase em áreas do conhecimento diversas.”

Tempo integral e ampliação da carga horária
“Embora meritória, essa proposta deverá saber contemplar situações reais como a de estudantes em cursos noturnos ou a existência de espaços educacionais inadequados ou carentes de equipamentos materiais ou de recursos humanos.”

Atuação profissional sem formação na área
“Muito embora se reconheça a falta de professores em determinadas áreas do conhecimento, ao possibilitar o exercício da docência por profissionais de notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, a medida afasta-se do princípio da valorização dos profissionais da educação escolar.”

Obs: a nota completa está disponível no site da Univates

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