O tráfego na rua General Daltro Filho, principal via da cidade, é um desafio para motoristas durante horários de pico. Os cinco candidatos que disputam o Executivo pretendem criar uma via alternativa para garantir fluidez ao trânsito do centro.
Roca Sales é cidade com o maior número de postulantes a prefeito do Vale. Esse quadro é resultado de uma série de alianças mal-sucedidas feitas no passado, que resultaram em uma divisão de partidos para a disputa. Eles consideram salutar e um passo importante para o amadurecimento político local.
Nélio Vuaden (PSDB) busca a reeleição. A vice é Helena Koste (PSDB). Na oposição, são quatro candidaturas. Fabiana Caneppele (PTB) e o vice Evaristo Bronca (PP). Amilton Fontana (PMDB) e Leandro Botega (PMDB). Fernando Marasca (PSD) e a vice Marione Roesler (PSD) constituem a terceira aliança. Também Cleber Scotta (PDT) e o vice, Rodrigo Agostini (PDT), representam a quarta agremiação.
Amilton Fontana (PMDB)
É empresário. Natural de Roca Sales. Tem 50 anos.
Cleber Scotta (PDT)
É vereador. Natural de Muçum. Tem 37 anos.
Fabiana Caneppele (PTB)
É empresária. Natural de Roca Sales. Tem 44 anos.
Fernando Marasca (PSD)
É servidor público. Natural de Roca Sales. Tem 35 anos.
Nélio Vuaden (PSDB)
É o atual prefeito. Natural de Roca Sales. Tem 47 anos.
Jamais Roca Sales teve cinco candidatos a prefeito. No seu ponto de vista, por que isso ocorreu? Faz bem para o município?
Amilton Fontana (PMDB) – Nas últimas eleições, as coligações não deram certo. Com a união de muitos partidos, aumenta o compromisso para oferecer cargos. Agora, o partido que ganhar vai administrar com poucas pessoas. Cada legenda poderá administrar com as próprias ideias e fazer o melhor pela cidade.
Cleber Scotta (PDT) – Optamos por concorrer com chapa pura. Toda nominata de vereadores participa pela primeira vez da disputa. Consideramos que essa é a única mudança. Dessa forma vamos evoluir e faremos um trabalho diferenciado em todas as áreas.
Fabiana Caneppele (PTB) – Precisamos pensar no futuro do município e ter objetivos parecidos para fazer as alianças. Temos experiência em gestão pública. Precisamos saber como a máquina pública funciona. Precisamos ter uma equipe qualificada.
Fernando Marasca (PSD) – Isso se deve a uma instabilidade política e econômica. Esse número de candidatos amplia a oportunidade de escolha dos eleitores. Esse é um momento que Roca Sales precisava para amadurecer politicamente.
Nélio Vuaden (PSDB) – Faz bem para o município. Antes existia uma polarização. Nas últimas eleições, três candidatos passaram a integrar o processo. Hoje temos mais dois partidos novos que estão se colocando na majoritária. Existia uma situação tradicional que foi rompida.
Quais os principais desafios para o perímetro urbano em relação à mobilidade urbana?
Fontana (PMDB) – Vamos fazer o segundo acesso e tratar o esgoto. As calçadas serão revitalizadas e respeitarão as normas de acessibilidade. A limpeza e a sinalização são importantes. Faremos um sistema de tele-entulho para remover o lixo de reformas e construções, hoje acumulado nas ruas.
Scotta (PDT) – Roca está estagnada neste segmento. Pretendemos criar uma rota alternativa no perímetro urbano. Faremos viagens até Brasília para viabilizar recursos. No passado já se investiu no setor e queremos retomar esse investimento.
Caneppele (PTB) – Pensamos em criar uma via alternativa para desviar o trânsito da General Daltro Filho. Para isso, é necessário uma análise ampla e profunda. As ações adotadas serão baseadas na consulta da população.
Marasca (PSD) – A cidade sofre as interferências geográficas. Roca foi construída dentro de uma área de preservação. Precisamos fazer uma segunda rua para melhorar o fluxo. A construção da ferrovia limitou as obras de mobilidade.
Vuaden (PSDB) – A via principal, nos momentos de pico, fica estrangulada. Estamos trabalhando em uma nova via e vai proporcionar um novo acesso. Vamos fazer uma via lateral à via férrea. Precisamos fazer um viaduto junto à via férrea.
Em relação à saúde, avalie o atendimento oferecido à população. O que pode ser feito para qualificar o serviço?
Fontana (PMDB) – Nossa saúde está boa. Precisamos aperfeiçoar algumas coisas. É necessário trazer uma referência. Faremos um convênio com o hospital de Lajeado. Hoje a população precisa se deslocar para Porto Alegre ou Canoas. O hospital de Lajeado é mais próximo para o atendimento.
Scotta (PDT) – Vamos remodelar. Os remédios da farmácia básica estarão disponíveis em tempo integral. As pessoas que procurarem os serviços serão atendidas sem precisar madrugar. Para isso, se for necessário, contrataremos mais médicos.
Caneppele (PTB) – Vamos terceirizar médicos para garantir atendimento no Posto de Saúde do bairro Sete de Setembro. Isso ocorre em Estrela e funciona muito bem. Saúde será minha prioridade. Vamos retomar os convênios com Encantado e Lajeado.
Marasca (PSD) – A população está envelhecendo e a retração da economia local está criando um processo de dependência dos serviços do poder público na saúde. O ESF será intensificado. Dessa forma, gastaremos menos.
Vuaden (PSDB) – Não tínhamos nenhum ESF. Hoje temos dois e proporciona um atendimento preventivo. Também construímos uma unidade de saúde, no bairro Sete de Setembro. Projetamos a construção de mais duas unidades básicas. Uma no bairro 21 de Abril e outra no Pôr-do-sol.
Quais ações podem ser adotadas para atrair novos investimentos industriais e ampliar a geração de emprego e renda?
Fontana (PMDB) – Primeiro vamos valorizar as empresas e o comércio local. Pretendemos fortalecer as agroindústrias familiares. Queremos criar um polo desse segmento. Vamos transformar a produção de leite em queijarias e derivados. Isso vai estimular a geração de emprego e renda.
Scotta (PDT) – Precisamos elaborar uma lei para atrair novos investimentos. O município conta com uma área para receber novas empresas. Precisamos estimular a diversificação. Estamos abaixo do que poderíamos e seria possível atrair mais mão de obra.
Caneppele (PTB) – Vou valorizar o que temos seja na indústria e no comércio. Temos um distrito industrial que precisa ser ampliado. É necessário atrair empresas de outros segmentos para absorver mão de obra qualificada. Precisamos criar oportunidades no município.
Marasca (PSD) – É necessário fomentar o empreendedorismo do jovem. Pretendemos dialogar com as empresas da área de alimentação e coureiro calçadista em abrir filiais. Vamos fomentar o microempreendedores e a expansão das agroindústrias.
Vuaden (PSDB) – Vamos continuar com a política de atração de empresas e fomentar a diversificação. Queremos atrair empreendimentos e manter os atuais. A unidade da JBS não estaria mais aqui se não fosse os incentivos que oferecemos.
A agricultura desempenha papel importante. O que fazer para manter o jovem no meio rural, melhorar a qualidade de vida da população dessa área?
Fontana (PMDB) – Pelo menos 50% da base econômica é oriunda da agricultura. Precisamos melhorar os acessos. Queremos dar atenção especial aos pequenos agricultores. Seremos incansáveis em ajudar os agricultores para ampliação da produção.
Scotta (PDT) – O setor representa mais de R$15 milhões ao ano. Vamos oferecer capacitação aos jovens. Será disponibilizado sinal de internet de qualidade para o interior. A rede de energia elétrica será aperfeiçoada.
Caneppele (PTB) – Aproximadamente 38% na arrecadação é oriunda da agricultura. O agricultor precisa de atenção à saúde. Estradas em boas condições e incentivos. Vou fazer o possível para buscar uma unidade móvel de saúde para atender a população do meio rural.
Marasca (PSD) – Vamos ampliar o asfaltamento do interior. O objetivo é oferecer infraestrutura, com água encanada, telefonia e internet. Pretendemos disponibilizar incentivos e qualificar a produção. Teremos um olhar clínico em cada segmento.
Vuaden (PSDB) – Esse é o grande desafio. Para manter o jovem no meio rural precisamos de tecnologia. Até pouco tempo, havia linhas de crédito que viabilizam isso. Estamos na expectativa que essa prática continue. A agricultura corresponde a mais de 40% do ICMS do município.
