A francesa Lactalis, considerada a maior captadora de leite do RS, cerca de 22% do total produzido, anunciou esta semana a intenção de aplicar R$ 120 milhões na ampliação das fábricas de leite de Teutônia, Santa Rosa, Três de Maio e Ijuí.
A concretização do projeto depende de incentivos tributários, negociados com o governo estadual desde julho. O grupo chegou ao país em 2013, quando arrematou 11 laticínios da BRF e quatro unidades da LBR, cujo montante aplicado alcançou R$ 2,05 bilhões.
No estado tem cinco unidades industriais e um centro de distribuição, em Fazenda Vilanova. Foram destinados R$ 3 milhões no início do ano, tornando a estrutura o segundo maior centro de distribuição de produtos lácteos do país, com uma capacidade de armazenamento de 15,6 milhões de toneladas. Na época, 130 funcionários foram demitidos. O leite que era processado na unidade passou a ser enviado para a fábrica de Teutônia, onde são industrializados em média 700 mil litros de leite diários. O total de empregados chega a 600.
A capacidade instalada de beneficiamento das plantas industriais no RS é de 5,2 milhões de litros por dia. O volume equivale a quase 30% do potencial de todas as fábricas existentes, que têm capacidade para industrializar 18 milhões de litros/dia.
Cerca de dez mil famílias vendem a matéria-prima para o grupo, que gera mais 2,3 mil empregos diretos na área industrial. Em todo o país, são 17 unidades de leite e derivados e 6,3 mil funcionários.
Guilherme Portella, diretor de Relações Institucionais e Assuntos Regulatórios da Lactalis do Brasil, diz que as obras devem iniciar ainda neste ano, caso houver um acordo entre os incentivos a serem concedidos.
Segundo Portella, o objetivo é ampliar as unidades gaúchas para aumentar a fabricação de requeijão, queijo prato e mussarela e também a marca global President – queijo artesanal que deu origem à empresa francesa ainda na década de 1930. Hoje, a multinacional é dona das marcas Elegê, Batavo, Parmalat, Santa Rosa e Galbani.
Presença global
O Grupo Lactalis compra mais de 15 bilhões de litros de leite por ano e, devido ao grande volume de leite fresco captado, é o terceiro maior grupo de laticínios do mundo em captação de leite, ficando atrás da Danone e da Nestlé.
Entre os derivados do leite, os queijos são o principal negócio da empresa, respondendo por 34% do volume total de vendas. Emprega mais de 75 mil pessoas em 43 países e tem mais de 230 plantas industriais. O faturamento chegou a 17 bilhões de euros em 2015.
A fabricação de queijos iniciou em 1933, por André Besnier. No primeiro dia, coletou 17 litros de leite e produziu 35 queijos camemberts. Em 1999, foi adotado o nome internacional Lactalis.