O Ministério Público (MP) promoveu, no fim da tarde deste domingo, 25, uma averiguação na sede de campanha da coligação Juntos Podemos (PP, PSDB, PMN, PSD). O promotor, Carlos Augusto Fiorioli, investiga a possibilidade de abuso de poder econômico por parte da chapa.
As investigações iniciaram após o promotor receber denúncia de que o pagamento aos cabos eleitorais estava sendo feito em espécie. No momento em que chegou ao local, cerca de 20 funcionários da campanha recebiam os valores referentes aos serviços prestados na última semana, um total de aproximadamente R$ 7 mil.
Três responsáveis pela prestação de contas foram encaminhados à delegacia para prestar depoimento e confirmaram o pagamento em dinheiro, mas negaram qualquer irregularidade. De acordo com o promotor, vídeos que comprovam o pagamento em espécie serão analisados, e novas ações devem ser realizadas nesta semana. “Vamos concluir a investigação ouvindo mais pessoas e recebendo os documentos que informam a legalidade dessa operação.”
Segundo o advogado da coligação Juntos Podemos, Natanael dos Santos, os cheques de campanha foram entregues aos cabos eleitorais, mas em razão da greve dos bancos não poderiam ser descontados. Por isso, o comitê decidiu fazer a compensação dos cheques pagando os valores em espécie. “Tudo estará descrito na prestação de contas da campanha não há qualquer irregularidade. O procedimento está dentro da legalidade.”
“Dentro da legalidade”, afirma do Santos
O advogado acusa as outras coligações pela denúncia. “Isso não passa de um factóide dos adversários. Foram apresentados documentos que comprovam a lisura, todas que trabalham na campanha receberam os cheques eleitorais.”
De acordo com a prestação de contas informada até ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a chapa gastou R$ 2,96 mil com pessoal. A nova prestação deve ser entregue após o término da eleição. ”
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Depoimento na Delegacia
Todos interrogados confirmaram, em depoimento prestado a Fiorioli, na noite deste domingo, na Delegacia de Polícia, o pagamento de colaboradores de campanha com dinheiro em espécie.
De acordo com eles, a chapa contrata pessoas só para entregar folhetos de divulgação dos candidatos, e não para participar dos chamados “bandeiraços” realizados nas ruas e calçadas da Av. Alberto Pasqualini. Um dos pagamentos ocorreu neste domingo, no comitê da coligação.
Questionado pelo promotor sobre a possível participação dessas pessoas nos bandeiraços, o depoente disse que não poderia confirmar eventuais participações “voluntárias”.
Ao promotor, o assessor disse ainda que a maioria dos colaboradores pagos são de bairros mais distantes do centro, como o Santo Antônio, e que uma “Kombi” é disponibilizada pela coligação para buscar, em casa ou em pontos pré-combinados, as cerca de 20 pessoas contratadas de forma temporária para trabalharem durante o dia na campanha.
