Estação das flores terá escassez de chuva

Estado

Estação das flores terá escassez de chuva

Meteorologia prevê efeitos negativos na agricultura devido à falta de umidade

Estação das flores terá escassez de chuva
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Se a primavera de 2015 foi chuvosa, neste ano, a estação iniciada nessa quinta-feira, às 11h21min, será marcada pela redução gradativa do volume de precipitações. Conforme prognósticos da MetSul Meteorologia, ao contrário do ano passado, quando o El Niño provocou muita instabilidade e temporais, com volumes acima da média histórica, a primavera será marcada pela neutralidade, com períodos de presença suave do fenômeno La Niña.

O cenário favorece a queda na temperatura de superfície em parte das águas do Oceano Pacífico. A tendência é de ocorrer uma neutralidade até novembro pela ausência dos fenômenos El Niño e La Niña. “Entre setembro e dezembro chove abaixo da média”, projeta a meteorologista Estael Sias.

No entanto, não são descartados temporais acompanhados de altos volumes de chuva e granizo. “Serão localizados e pontuais.” A falta de umidade começa a se agravar na segunda metade da estação.

Conforme projeta o Centro Estadual de Meteorologia (Cemet-RS) da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), a estação será fria e seca. O meteorologista Flavio Varone prevê noites mais frias e secas, com possibilidade de geadas tardias até meados de outubro.

Entre novembro e dezembro, aumentam os dias quentes e há possibilidade de calor extremo. A média da temperatura máxima ficará em torno de 25ºC, enquanto a mínima chega a 15ºC.

Durante o inverno no estado, foram registrados 47 dias de temperaturas abaixo de 0ºC (3 em abril, 6 em maio, 19 em junho, 11 em julho, 7 em agosto e um em setembro). A mais baixa, 8,9ºC negativos, foi verificada em Vacaria, no dia 12 de junho. O acumulado de chuva da estação alcança 380 mm em 47 dias.

No Vale do Taquari, de acordo com dados da Estação Meteorológica da Univates, em Lajeado, durante a estação choveu 449,6 mm em 33 dias. A média histórica é de 440 mm. A menor temperatura registrada foi de 1,6ºC, no dia 11 de junho.

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Ruim para os grãos

O histórico indica que as três piores quebras na safra de milho e duas de soja foram verificadas em anos neutros. A Emater e a Fepagro recomendam ao agricultor escalonar a época de semeadura, utilizar cultivares de ciclos diferentes, rotação de culturas, plantio em nível, priorizar a cobertura do solo (palhada) para que possa reter mais água e instalar a lavoura nas épocas indicadas pelo zoneamento agrícola, para em eventuais perdas ter acesso ao seguro.

O trigo é uma das culturas beneficiadas, conforme explica a agrometeorologista da Fepagro, Bernadete Radin. “Existe pouco risco de termos doenças fúngicas. Favorece o aumento da produtividade e da qualidade do grão.”

As frutíferas, principalmente as de clima temperado, também devem ser favorecidas. “A sua brotação foi auxiliada pelo frio intenso, mas poderá também ser prejudicada pelas geadas tardias”, alerta.

O tesoureiro da Afubra, Marcílio Laurindo Drescher, projeta uma safra de fumo recorde, tendo em vista que a ocorrência de tempo seco melhora a qualidade e a produtividade.

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