O almoço beneficente em prol do grupo Danças e Ritmos, coordenado pela professora Sônia Lúcia Gomes, ocorreu nesse fim de semana. Além de apresentações artísticas, o encontro realizado na sede do Juventude da Berlim contou com a participação especial e voluntária do cantor Jonathan Beskow, 23. Natural de Cruz Alta, o jovem visitou a cidade para conhecer, Jonatan, filho de Vera Tischer, 40.
A ligação entre os dois iniciou pela tela da televisão. Beskow fez apresentações no Programa da Eliana, Domingo Legal e TV Aparecida. As canções foram assistidas por Jonatan que vibrava a cada frase entoada. A emoção das palavras o atingiram de tal forma que dançava sobre a cadeira de rodas. Vera gravou um vídeo e divulgou na internet.
Beskow soube do fato e sentiu o desejo de se aproximar do jovem que se emocionava com sua canção. O encontro ocorreu na tarde de domingo, após o almoço. As 180 pessoas que prestigiaram o evento foram contagiadas pela atmosfera de carinho mútuo. “Todas as vezes que cantávamos, recebia um vídeo do Jonatan. Sempre quis conhecê-lo, quando fiquei sabendo do almoço, fiz questão de vir”.
O interesse social dos organizadores do evento foi perceptível ao cantor, que parabenizou a iniciativa. “É por uma questão de inclusão. A mensagem que deixo para algumas pessoas, que ainda são poucas, mas que ainda existem, que abandonem o preconceito. Quando você convive com uma pessoa especial, esquece o preconceito. Somos todos iguais, só temos algumas limitações”.
Juntos pela inclusão
Jonatan tem 21 anos e foi diagnosticado com paralisia cerebral em grau avançado. Desde os 8 anos, encontrou na dança o modo de abrir caminho pelo mundo e tornar-se visível à sociedade. Ao assistir à apresentação de Bescow, ele se identificou. Vera contatou a família e tentou marcar encontros que foram frustrados devido aos compromissos do cantor. Entretanto, o convite para o almoço alinhou interesses e reuniu os dois.
Para Vera, eles são exemplos de um novo conceito sobre deficiência. Em tempos antigos, eram deixados em casa e os pais não incentivavam a pratica de atividades. “Pra muitos que não entendem, os adultos de hoje, quando veem o trabalho dos dois, eles se emocionam. Antes os deficientes ficavam muito em casa, as famílias não buscavam aquilo que eles gostavam. O trabalho não e só a inclusão dos nossos, é um trabalho a longo prazo, mas que todos têm a ganhar”.
As crianças que convivem com pessoas especiais criam uma visão de mundo diferente. Elas saberão aceitar o próximo como ele é. As crianças crescem com pensamento diferente e saberão passar isso adiante, ampliando a inclusão social de forma automática, diz.
Saiba mais
O grupo Danças e Ritmos conta com 23 estudantes de dança com idade entre 8 e 75 anos. Eles prepararam oito apresentações para representar o RS no Carnaval das Culturas, que será realizado no Rio de Janeiro de 23 a 25. Além deles, mais 20 responsáveis e familiares participarão da viagem. A programação conta com visita a duas comunidades carentes, onde são realizados projetos de integração social. Até o momento, apenas um carnê foi concluído. Faltam mais cinco. A viagem será realizada na quinta-feira.