Saint Alamo: quadrinhos com sotaque regional

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Saint Alamo: quadrinhos com sotaque regional

Desenhistas iniciam campanha para publicar revista

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A participação em concurso de revista e o gosto pelas histórias clássicas dos quadrinhos de faroeste levaram Jonathan Nunes, 25, e Rafael Conte , 25, a criarem uma versão própria para o gênero western. Saint Alamo – Balas Não Sentem Culpa – é a primeira obra da dupla, projetada para ser lançada em duas partes, com três capítulos cada.

O projeto começou em 2014, com a inscrição de uma versão de até dois personagens e até três páginas. Antes de começar a produção, foram mais de três meses de debates sobre o roteiro inicial. Com o desenvolvimento do trabalho, surgiu o interesse por ampliar a história protagonizada pelo xerife Raymond Castle.

O enredo se passa entre os anos de 1878 e 1886. Filmes, livros e outras produções baseadas no período inspiram não só o cenário escolhido ou personagens, formados por animais humanoides. Referências estão presentes no nome de cada capítulo e em cenas presentes nas 80 páginas coloridas. A iniciativa teve a produção de capas variantes dos artistas Gabriel Andrade Jr. e Eduardo Vieira.

As ilustrações para o trabalho chegam a exigir quatro horas de produção diária. Ao todo, cerca de 80% do material está pronto. O designer Nunes desenvolveu o roteiro para a história, enquanto Conte, programador, se dedicou à elaboração dos desenhos. Segundo eles, a opção por usar animais como personagens foi uma forma de diferenciar a publicação de outras séries do gênero.

Financiamento eletrônico

Sem apoio ou recursos, a dupla recorreu à internet para custear o projeto. Para a publicação da primeira parte, os valores de impressão são estimados em R$ 14 mil, segundo projeto lançado no site Cartase. A arrecadação eletrônica havia recebido pouco mais de R$ 2,6 mil até o fim desta semana e encerra em outubro.

A opção pelo financiamento eletrônico foi uma forma de dar visibilidade ao projeto. Apesar de reconhecer a dificuldade para conseguir atingir a meta, Nunes vê na ferramenta uma maneira de superar a limitação de apoio do setor. “No país é complicado, são poucas editoras e elas preferem ir atrás de projetos que tenham retorno certo.”

Na campanha virtual, a dupla seguiu estratégias adotadas por projetos do gênero que tiveram sucesso no financiamento. Dependo do valor destinado, o apoiador pode ter desde agradecimentos no material a pôster, livro para colorir ou a inclusão do animal de estimação como um figurante da história. As quotas iniciam em R$ 15.

Chance para os quadrinhos

Apesar da falta de incentivo à produção local, os autores destacam o papel das publicações para a disseminação do gênero. Segundo Conte, a diversidade de temas abordados nos quadrinhos permite uma abrangência maior de público, mesmo sem o reconhecimento merecido. “Falta as pessoas darem uma chance para os quadrinhos.”

Com o andamento do trabalho, a expectativa é atrair a atenção para as produções locais. A expectativa é lançar a primeira publicação até fevereiro de 2017 com valor estimado em R$ 30 a edição. As vendas serão feitas pelas redes sociais oficiais do projeto e em eventos do ramo.

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