A comunidade de Imigrante teve resposta sobre um assassinato no ano passado na Praça Henrique Bruckner. Ângelo Ismael Rodrigues, 28, natural de Espumoso, foi condenado a 16 anos de reclusão em regime inicial fechado pelo assassinato de Ana Paula Soalheiro da Silva. O júri popular composto por seis mulheres e um homem foi realizado ontem, na primeira Vara de Justiça da Comarca de Teutônia.
A vítima era natural de Brasília e trabalhava em uma boate nas imediações da Rota do Sol. Em um fim de semana, ela se envolveu em uma briga e acabou conhecendo o imigrantense Luciano Horst. Ele se compadeceu do estado em que a mulher se encontrava e a convidou para ficar uma semana na casa dele, próximo ao local do crime.
Nos primeiros dias, os dois mantiveram relacionamento estável, mas Horst determinou que ela deixasse a casa e fosse procurar outra moradia. Ana Paula parecia relutante com a decisão. Segundo uma vizinha, almejava um emprego na cidade. Entretanto, na quinta-feira, dia 17 de julho, pediu dinheiro com objetivo de ir embora sob ordem de Horst.
No mesmo dia, a mulher, Horst e Ângelo teriam bebido e consumido drogas. Os moradores próximos ouviram discussão na casa, mas não interferiram. Segundo Luciano, os três festejaram até a meia-noite, quando Ana Paula decidiu procurar um lugar para passar a noite. Ângelo se prontificou a carregar as malas e conduzir a mulher até a residência onde morava.
Durante a madrugada, enquanto caminhavam, os dois começaram uma discussão. O acusado estrangulou a vítima e desferiu inúmeros socos e chutes na face. Ela teve hemorragia intracraniana, afundamento ósseo na região do nariz e deslocamento do globo ocular esquerdo. Ela não apresentava sinais de defesa.
Duas versões para mesmo crime
O corpo dela foi encontrado por volta das 7h, na praça. Ângelo se entregou a polícia e relatou em depoimento que Luciano era o mandante do crime. A morte de Ana Paula teria custado R$ 2 mil em parcelas. Ambos foram presos. Horst permaneceu 102 dias no Presídio Estadual de Lajeado e saiu depois que Ângelo mudou a versão dos fatos, assumindo sozinho a autoria do homicídio.
Em um primeiro momento diante do júri, Ângelo disse que permaneceria em silêncio. Entretanto, depois que foi questionado pelo promotor do Ministério Público, João Jair Franz, negou a autoria do crime. “Não matei essa mulher. Deixei ela sentada lá. Falei tudo isso, que eu matei, mas não fui eu quem matou. Recebi ameaças dentro do presídio. Ameaçaram minha família também”.
O réu já possuía 13 passagens pela polícia e foi preso três vezes. A ficha criminal dele é composta por Maria da Penha, furto qualificado e roubo. Ana Paula tinha dois filhos e se prostituía. Para Franz, independente da profissão, era um ser humano e a resposta para o crime deve ser com a pena correta. “A impunidade é o veneno da sociedade”.