Vale fica abaixo da meta  na avaliação do Ideb

Vale do Taquari

Vale fica abaixo da meta na avaliação do Ideb

Só duas entre as 38 cidades da região atingiram as metas estipuladas para as turmas de séries iniciais e finais do Ensino Fundamental público. A 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) vê problemas maiores nos municípios com índices mais expressivos de vulnerabilidade social. Os dados avaliam escolas municipais e estaduais.

Vale fica abaixo da meta  na avaliação do Ideb
Vale do Taquari

A região ficou devendo no Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb), divulgado nesta semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Só Fazenda Vilanova e Paverama atingiram, em 2015, as metas estipuladas tanto para os anos iniciais do Ensino Fundamental público – 4º e 5º – como para as séries finais – 8ª e 9ª.

Na pesquisa referente ao exercício de 2013, e divulgada em 2014, Mato Leitão também havia alcançado ambas as metas verificadas pelo instituto. Dessa vez, o município de 3,8 mil habitantes só atingiu os índices exigidos para as séries iniciais.

Outras duas cidades, Travesseiro e Vespasiano Corrêa, também pioraram em relação aos índices das séries finais de 2013. Ambas tiraram notas acima da meta na edição passada da pesquisa e, desta vez, ficaram aquém da margem mínima estipulada pelo Inep.

Greicy Weschenfelder, integrante da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), chama atenção para as discrepâncias entre os municípios menores em relação aos maiores. Assim como em 2013, nenhuma das seis mais populosas cidades do Vale do Taquari – Lajeado, Estrela, Taquari, Encantado, Teutônia e Arroio do Meio – atingiram as metas para as séries finais.

“Os índices divulgados nesta semana são bem preocupantes. O Enem também já nos preocupa. Percebemos o reflexo da sociedade dentro das escolas. Pois, onde há maior vulnerabilidade social, as avaliações dos alunos se mostram piores”, comenta.

É dessa forma que avalia os bons números apresentados pelos municípios de menor expressão. Segundo ela, nas localidades menores, “o espírito no ambiente escolar é mais comunitário”. “Nessas escolas existe uma participação maior das famílias junto aos alunos. Quando o estudante percebe essa interação, ele começa a dar mais valor aos estudos”, acredita.

Ela elogia também a boa relação do corpo docente com as pequenas comunidades. Para a coordenadora, isso influencia nos índices apresentados pelas cidades menores. “Os professores conhecem a realidade de todos os alunos. Há uma comunicação mais constante com os pais. Isso faz com que a escola volte a ser prioridade para todos, e deixe de ser só uma ‘obrigação do governo’”, cita.

Em contrapartida, ela cita o exemplo da Escola Estadual São João Bosco, no bairro Conservas, em Lajeado. Lá, direção e professores enfrentam sérios problemas de indisciplina por parte de alguns estudantes. Nos últimos meses, encontros entre alunos, Ministério Público, Conselho Tutelar, 3ª CRE e até a Polícia Civil tentam amenizar os riscos.

“Nesses locais, quase todo o esforço do corpo docente é aplicado na área da disciplina, restando pouco tempo para trabalhar o que de fato se espera de uma escola.”

foto-idebÍndices melhores nas séries iniciais

Diferente das estatísticas referentes aos estudantes da 8ª e 9ª séries, os índices de 2015 das séries iniciais – 4ª e 5ª séries – mostram resultado melhor por parte dos municípios do Vale do Taquari em relação a 2013. De acordo com o Ideb, das 38 cidades 22 atingiram as metas estipuladas para as escolas da rede pública de ensino.

Na edição passada da pesquisa, Forquetinha e Westfália não chegaram até os índices mínimos estabelecidos aos dois municípios. Dessa vez, ambas passaram com folga. A primeira, tirou nota 6,6. O exigido era 5,5. Já Westfália ficou com 7,2 na avaliação que lhe exigia, no mínimo, uma nota 6,8. Por outo lado, Imigrante, que atingira a meta em 2013, ficou de fora da nova lista.

Já entre os seis principais municípios do Vale do Taquari, só Estrela não alcançou a meta estipulada para as séries iniciais. O Ideb deu nota 6, mas o objetivo era 6,2. Lajeado, Teutônia, Encantado, Taquari e Arroio do Meio, assim como na edição passada da pesquisa, garantiram os índices mínimos estipulados pelo instituto.

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O que é o Ideb

O Ideb é calculado a partir de duas peças: a taxa de rendimento escolar – aprovação – e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo instituto. O primeiro parâmetro é obtido a partir do Censo Escolar, enquanto as médias de desempenho verificadas são as da Prova Brasil – Leitura e Matemática –, para Idebs de escolas e municípios, e do Saeb, no caso dos Idebs estaduais e federal.

A pesquisa avalia uma escala de zero a dez. A série de resultados do Ideb iniciou em 2005, quando foram estabelecidas as metas bienais de qualidade para o país, estados, municípios e escolas. A média nacional geral registrada em 2005 era de 3,8. A intenção é chegar a 6,0 em 2022, ano do bicentenário da Independência.

Saiba Mais

•A meta do Ideb dos anos iniciais foi alcançada por 74,7% das redes municipais no Brasil;

•No país, a média do Ideb dos anos iniciais passou de 3,8, em 2005, para 5,5, em 2015;

•Já nos anos finais do Ideb, a média nacional passou de 4,2, em 2013, para 4,5, em 2015;

•Apenas cinco estados superaram a meta de 4,7 estipulada para as séries finais: Goiás, Ceará, Mato Grosso, Amazonas e Pernambuco. A média do RS subiu de 4,1, em 2013, para 4,3. Mesmo assim, caiu da 12ª para a 14ª colocação.

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