Dos mais de 50 integrantes que formavam o Juventude Católica de Travesseiro (Jucatra) há cinco anos, apenas dez ainda participam. Por isso, as viagens ao litoral foram canceladas desde o ano passado e o grupo tem dificuldade para organizar eventos, como o torneio de futebol, considerado tradicional na história de 30 anos do Jucatra.
O cancelamento das viagens foi motivado pela dificuldade de reunir um número mínimo de participantes. Situação diferente da registrada nos primeiros anos do Jucatra, quando o grupo precisava buscar alternativas de transporte para atender a todos interessados.
Segundo o presidente, Daniel Klauck, 29, o grupo sempre se caracterizou pela atuação comunitária e hoje tem na redução de integrantes a maior dificuldade para se manter. “Não se tinha muita opção para se divertir e criavam os grupos para conseguir fazer algo juntos. No início, eles chegaram a plantar para conseguir recursos e manter a entidade. Era uma diversão para eles.”
Para Klauck, a situação é um desafio comum aos demais grupos de jovens da região e é resultado da mudança de mentalidade dos jovens e da rotina das famílias. De acordo com o presidente, hoje, para conseguir ajudar como voluntários em eventos da comunidade, é preciso recorrer a parcerias.
Recém-criada
Em Forquetinha, o projeto de alguns jovens contrasta com a situação relatada por Klauck. No município, o grupo Power Party foi criado para promover eventos. De acordo com o presidente Jéferson Schäeffer, a iniciativa começou ainda em 2014 e mantém reuniões mensais.
Na época, eles percebiam a limitação de atividades que estimulassem a participação de jovens ou atraíssem público de municípios vizinhos. Apesar do tempo de criação, o grupo só foi oficializado em julho deste ano e conta com cerca de 15 integrantes de municípios como Forquetinha, Marques de Souza, Sério, Lajeado e Canudos do Vale. As idades variam entre 16 e 22 anos.
Schäeffer vê o panorama vivido pelos grupos como parte normal da trajetória de cada um. “Acho que também devemos passar por isso daqui algum tempo, é uma rotatividade gerada pela mudança de hábito e compromissos das pessoas.”
Ele ressalta o envolvimento comunitário e a possibilidade de integração e troca de ideias gerados com a iniciativa. A retribuição de visitas a outros grupos auxilia no reconhecimento da atividade.
As reuniões para efetivação do grupo, afirma, duraram cerca de um ano. Para o primeiro evento, recorreram a uma parceria com a Comunidade Evangélica de Forquetinha (IECLB) e uma empresa de sonorização de Boqueirão de Leão. A festa reuniu cerca de 700 pessoas. O próximo evento ocorre no dia 24.