Arte samurai ensina  serenidade oriental

Teutônia

Arte samurai ensina serenidade oriental

Modalidade milenar chegou à cidade neste mês. Aulas ocorrem às quintas-feiras

Arte samurai ensina  serenidade oriental
Teutônia

Olhar profundo, gestos calculados e movimentos precisos caracterizam o samurai. A arte do iaido – desenbainhar, cortar, perfurar e defender usando espada japonesa – propõe conceito oriental para exercitar corpo, mente e espírito. A modalidade milenar chegou à cidade neste mês na Associação de Karate-do Ippon do RS (AKIRS).

As aulas ocorrem às quintas-feiras no dojô no bairro Teutônia, administrado pelo faixa-preta 2º Dan de karate-do, André Traichel.

Traichel é formado em Educação Física pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) e pós-graduado em Neuroaprendizagem pela Unopar. No ano passado, fundou a AKIRS apostando nas doutrinas e conhecimentos orientais para o desenvolvimento social. Mais informações no akirs.com.br

Primeiros passos

Marcos Trindade, 39, graduado em Nidan (2º dan) em iaido ministrará as aulas. Ele pratica faz 12 anos e iniciou depois de assistir ao filme o Último Samurai. “Quando entrei, percebi que a arte nos leva a entender mais de nós mesmos. Nos leva a praticar o equilíbrio, a serenidade, a paz interior, a atividade física e concentração. É uma filosofia que leva a uma concentração elevada.”

As aulas demandam até uma hora e meia e crianças a partir dos 5 anos podem praticar. Exercícios aeróbios e alongamentos aquecem os praticantes. A principal etapa da aula é na execução dos movimentos e zelo da etiqueta marcial. Além do respeito mútuo preservado no dojô, os cuidados com a espada devem fazer parte do aspirante. Deixar a arma cair ou tirá-la de qualquer modo é gaffe grave na prática.

No início, os exercícios são realizados com espadas de madeira importadas do Japão. O artefato produzido a partir do ipê e o carvalho branco é característico pela resistência. Encontrado apenas no oriente custa mais caro, mas a faixa de preços varia entre R$ 100 e R$ 110. “Depois do ferro, o carvalho branco é o mais resistente que há.”

A honra da espada

Depois de dominar a espada de madeira com eficiência e precisão, o instrutor autoriza a compra da arma em aço. Também importado do Japão, o investimento varia entre R$ 800 e R$ 1 mil, as mais simples.

Segundo Trindade, existem espadas, chamadas de katanas, que valem mais de R$ 20 mil. A lâmina mantém padrão japonês, mas a empunhadura e a saya (bainha) podem ser ornamentadas. Independente do valor ou estilo, os benefícios são os mesmos, diz.

Durante as aulas, a história da arma também é apresentada. A arte samurai no Japão era mais do que uma prática esportiva. Os guerreiros utilizavam para defesa pessoal ou da comunidade. Ao longo do tempo, aprendiam outros conceitos como respeito, hierarquia e tranquilidade. “A espada demonstrava respeito e honra.”

Luta interior

O iaido é praticado em pé, sentado ou andando devido às circunstâncias em que o samurai era colocado. Em posição de líder, deveria estar preparado para agir a qualquer momento, com adversários vindos de qualquer lugar. Entretanto, a principal luta proposta é interior. “Hoje não se anda com espada na rua como antigamente. Se usa o que o iaido nos traz que é equilíbrio emocional, a tua paz. Não é pra vencer o inimigo. É pra melhorar a si próprio e vencer o mais difícil: você mesmo.”

Segundo Trindade, a arte propõe autocontrole para os problemas do dia a dia como preocupações no trabalho, família ou saúde.

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