O espetáculo A Discoteca do Chacrinha é encenado pelo Grupo A Alegria Está no Ar, de Encantado. Ocorre amanhã, às 20h, no Sesc. O ingresso custa um quilo de alimento não perecível.
A encenação faz parte do Projeto Portal Cultural. Trata-se de um musical que remonta aos anos 70, quando boa parte dos músicos brasileiros emplacou sucesso nos programas de auditório. Lembra o programa protagonizado por Chacrinha na televisão brasileira.
Para interpretar o velho guerreiro, a diretora da peça, Ivete Magagnin, se inspirou na infância e adolescência. Foi nessa época que começou a assistir aos programas de calouros, nos fins de semana.
A popularidade do cara com roupas engraçadas e espalhafatosas tomou conta do Brasil. Quando Chacrinha chegava, a bagunça estava feita. A buzina era acionada toda vez que se classificava algum calouro. Era um humor debochado. Aos sem alento, o troféu abacaxi.
Bordões conhecidos foram inventados na época e são retomados no espetáculo: “Terezinha!”, “Vocês querem bacalhau?”, “Eu vim para confundir, não para explicar” e “Quem não se comunica, se trumbica!”.
A ideia da peça começou há cinco anos. Conforme a diretora, a escola Antônio de Conto, da localidade de Jacarezinho, foi quem pediu algo a respeito. Como Ivete lecionava lá, resolveu fazer o espetáculo. “Começou como uma brincadeira”, conta.
Ela foi convidada a apresentá-la a um público de 600 pessoas, presentes na noite artística, promovida pela Liga Feminina de Combate ao Câncer. “Chamavam sempre um médico para falar sobre a doença, mas dessa vez mudaram e quiseram levar um teatro com alegria.”
No ano passado, Ivete foi ao Rio de Janeiro assistir ao musical Chacrinha. Ficou surpresa com a forma idêntica retratada. Ao voltar, quis montar algo semelhante.
O elenco é formado por 15 pessoas que trocam de personagens durante a presentação. Artistas conhecidos como Ney Mato Grosso, Sidnei Magal, Raul Seixas, Rita Lee, Vanderléia e Gretchen são alguns personagens interpretados. Também fazem parte das apresentações Rosana, Clara Nunes, Perla, Jane, Erondi e as chacretes. Todos se destacaram entre os anos 1970 e 1980.
Paixão de infância
Ivete tem ainda com outro espetáculo pela frente. As Doidas Vão ao Céu é uma trama que será encenada em outubro, também no Sesc.
A paixão pelo teatro começou ainda pequena, quando ajudava a família na roça. “Sempre fazia teatro. Até quando estava no cabo da enxada, inventava alguma coisa. Fazia de conta que era microfone e imitava Roberto Carlos, Vanderleia. Minha mãe logo vinha me xingar (risos), mas ela até gostava.”
Depois disso, ela passou a cantar nas igrejas e festas da comunidade. Para Ivete, fazer teatro é uma forma de terapia. Com três filhos, na faixa dos 22 aos 28 anos, pretende seguir nos palcos.
Agende-se:
Data: amanhã
Horário: 20h
Local: Teatro do Sesc
Os ingressos antecipados devem ser retirados no Sesc, mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível. As doações serão revertidas às entidades sociais cadastradas no Programa Mesa Brasil Sesc.
Classificação etária: livre
Duração: 60 minutos
Direção: Ivete Magagnin