O tenente-coronel da Brigada Militar, Paulo Rogério Medeiros, terá o cargo de comandante do 22º Batalhão da BM avaliado pelo direção geral da corporação. A medida atende a uma manifestação do juiz eleitoral, Luís Antônio de Abreu Johnson, e tem como origem o fato de o servidor do Estado estar casado com a candidata à prefeitura de Lajeado, Márcia Scherer.
Medeiros assumiu o posto na semana passada. Antes disso, chefiava o Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) do Alto Jacuí. “Minha manifestação não prevê qualquer desconformidade em relação ao nome da pessoa. Mas, sim, no intuito de preservar as instituições. A BM pode ser prejudicada”, afirma o juiz eleitoral.
Segundo o magistrado, o denunciante afirma que Medeiros poderia usar o cargo de chefe do batalhão em apoio à candidatura da mulher. Anexas à denúncia, imagens retiradas das redes sociais mostram o tenente-coronel participando de eventos com a representante do PMDB, que seriam, em tese, referentes à pré-campanha.
“Não é de minha competência nomear ou retirar servidores. Mas, se ele for mantido, poderá responder judicialmente por qualquer ação que exerça durante exercício da função que cause qualquer prejuízo a outros por atos que favoreçam a candidata”, observa Johnson.
Para o juiz, a medida solicitada aos órgãos de segurança tem caratér preventivo. Johnson faz questão de enaltecer o histórico e a conduta do tenente-coronel, mas reitera buscar a completa isenção e idoneidade entre todos os cargos públicos.
“É um excelente profissional. Mas sua nomeação pode conturbar o processo eleitoral. O que ele fizer, será suspeito. O que ele não fizer, também será suspeito” ressalta o magistrado, se referindo a possíveis ações da BM durante o período que antecede as eleições municipais.
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Medeiros rechaça a denúncia
Nessa segunda-feira, o tenente-coronel – na BM faz 33 anos – participou de reunião com o promotor eleitoral, Carlos Augusto Fiorioli, o chefe do CRPO do Vale do Taquari, Gleider Cavalli Oliveira, e o próprio juiz eleitoral da comarca de Lajeado. Medeiros garante que manterá neutralidade nas ações tomadas durante o exercício da função pública.
“O meu compromisso assumido é em nome da ética, em nome da minha carreira e da minha esposa, de não me envolver nas questões atinentes às eleições no município de Lajeado.”
Medeiros assumiu pela segunda vez o comando do 22º BPM, responsável pelo atendimento de outras 26 cidades, além de Lajeado. Ele foi o primeiro chefe do quartel, quando o governo do Estado o inaugurou, em 2005. Hoje, lamenta ter o nome envolvido em denúncias eleitorais, e critica a postura de quem encaminhou o protesto ao juiz eleitoral.
“Somos casados, honestos e pessoas de bem. Não concordo que um denunciante anônimo e covarde se esconda em tais artifícios”, afirma. “Vivemos do nosso dinheiro, do nosso salário. Não há qualquer denúncia referente à nossa conduta profissional. E legalmente não há qualquer impedimento para que eu exerça o cargo”, sustenta.