Explosão de agência assusta comunidade

Fazenda Vilanova

Explosão de agência assusta comunidade

Unidade do Banrisul elevou para 175 o número de assaltos a bancos desde janeiro

Explosão de agência assusta comunidade
Vale do Taquari

Arrombamentos a caixas eletrônicos nessa sexta-feira ampliaram o número de ataques a banco no RS. Em Santana do Boa Vista, na Campanha, a agência do Sicredi foi alvo por volta da 1h. Em Fazenda Vilanova, cinco bandidos armados chegaram a bordo de um Corsa preto, na agência do Banrisul. Às 3h, colocaram dinamites em dois terminais, mas só um explodiu. Os criminosos fugiram intimidando moradores com tiros para o alto. No mesmo prédio onde está situado o banco, residem mais de nove famílias.

A Brigada Militar permaneceu em vigilância no local até que o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) chegasse para retirar as dinamites que estavam nos outros terminais. O material foi levado para o interior. Às 8h45min, os moradores ouviram a explosão dos artefatos deixados pelos bandidos. O episódio amplia para 175 ocorrências desde janeiro, o que representa 25 por mês.

A faxineira Luci Garcia Miguel, 56, se preparava para ir ao trabalho no Banrisul quando recebeu ligação da gerente. Ela avisava que não haveria expediente. Ao chegar no local, se deparou com movimentação de policiais e destruição jamais vista nos dez anos de atividade na agência.

Essa foi o terceiro episódio presenciado pela faxineira. Nos primeiros anos de trabalho, estava dentro da unidade quando aconteceu assalto. Em 2015, o local foi arrombado com maçarico. A cena de destruição e a insegurança amedrontam a comunidade. “Isso é horrível. Mesmo com medo, tenho que trabalhar, não posso parar”.

Insegurança tira sono da comunidade

O autônomo Roberto Pereira da Silva, 25, mudou-se com a família de Porto Alegre para a cidade do interior faz duas décadas. A escolha teve como objetivo proporcionar mais segurança e tranquilidade. No entanto, o cenário nos últimos dois anos se modificou.

A casa de Roberto foi alvo de furto e depois ficou na tentativa. Para coibir os crimes, instalou alarme e câmeras de monitoramento. “Tivemos que dificultar. Antes não precisava, podíamos sair e deixar a casa aberta, poderíamos andar tranquilamente na rua, mas agora há muito furto e assaltos. Estamos em cidade do interior com problema de cidade grande. Hoje, Porto Alegre e Fazenda Vilanova não têm muita diferença”.

Dorli Rodrigues, 57, reside na cidade faz três anos e aposta na instalação de alarme na casa, mas a falta de segurança nas ruas preocupa. “Não tem fundamento, é zero de segurança. A qualquer momento, andar na rua pode ser fatal. Tem que vir segurança para nós”.

Guardas Municipais

O prefeito Pedro Dornelles critica a falta de ação por parte do Estado em melhorar a segurança no município. Em menos de um mês, foram registrados dois ataques a banco, uma lotérica e uma farmácia. “Fizemos tudo o que está ao nosso alcance. O Excecutivo não pode contratar policiais. Isso é competência do governo estadual, mas como está “quebrado”, quem sofre com a criminalidade é a população.”

A contratação de guardas municipais está descartada. Por lei, não podem estar armados. Não ajudaria em nada, aponta. A partir de segunda-feira, o posto da Brigada Militar voltará a funcionar após ficar mais de meio ano fechado. No entanto, o prefeito cobra a nomeação de mais policiais para atuar no município. “Temos quatro e dois em trabalho por turno. Além de fazer as rondas aqui, percorrem toda cidade de Bom Retiro do Sul. A maior parte do tempo um dos municípios fica desprotegido.”

Dornelles cobra mudanças nas leis e aplicação de penas mais duras aos criminosos. “Os presídios estão lotados. Os bandidos fazem fila para entrar. Hoje são presos e semana que vem o Judiciário solta. Voltam às ruas rindo da cara dos brigadianos. Esse prende e solta precisa mudar.”

Outro projeto para inibir a ocorrência de assaltos, roubos e furtos é a instalação de mais câmeras de vigilância em repartições públicas, bancos e acesso à BR-386. São mais de dez equipamentos em funcionamento, ligados à sede da Polícia Civil. “Isso não inibe a ação dos ladrões, mas ajuda a identificarmos e tentar prendê-los.”

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