O diagnóstico do segundo caso de febre chikungunya na região amplia a preocupação com o mosquito aedes aegypti. A doença foi contraída por uma idosa durante viagem à Bahia. Ao retornar, teve sintomas como febre e dor intensa nas articulações.
De acordo com a coordenadora de Vigilância em saúde do município, Carmen Hentschk, a preocupação com o caso aumentou devido à demora para o diagnóstico. Segundo ela, a paciente ficou cerca de 20 dias tratando a febre e as dores pensando se tratar de uma inflamação.
“Os mosquitos precisam picar uma pessoa em até cinco dias após aparecerem os sintomas para representarem risco”, alerta. Por causa do período de frio, Carmen praticamente descarta a chance de contágio de mosquitos na cidade. Mesmo assim, aponta para a facilidade de transmissão da doença.
“As pessoas viajam bastante para lugares onde a doença se prolifera e temos aqui o mosquito que transmite a doença”, ressalta. Segundo ela, desde abril, o município é considerado como ponto de infestação do aedes aegypti.
Diante dessa situação, Carmen reforça a necessidade de impedir a proliferação do mosquito. Lembra que o frio não mata o inseto, ao contrário da crença popular. Conforme a coordenadora, os ovos ficam preservados no inverno e demoram 150 dias para eclodir, tempo suficiente para o retorno do calor.
Para Carmen, a população precisa assumir a responsabilidade de ajudar no combater ao aedes aegypti. Sugere atitudes simples, como a verificação de locais com acúmulo de água parada nas residências e na vizinhança.
Doença dolorosa
Diagnosticada no Brasil em 2010, a febre chikungunya é originária do continente africano. A primeira epidemia da doença foi registrada na Tânzania, entre 1952 e 1953. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, o vírus já foi identificado em 19 países.
As principais características da doença são dores intensas nas articulações dos pés, mãos, dedos, dos tornozelos, joelhos e pulsos. Também causa febre alta, com duração de dois a três dias. Em 30% dos casos, também ocorre conjuntivite. Os sintomas aparecem entre dois e 12 dias após a picada do mosquito.
O tratamento é realizado por meio de anti-inflamatórios e medicamentos contra a febre. Mais de 40 pacientes com febre chikungunya foram registrados no RS desde 2015. Em junho, a Secretaria da Saúde confirmou o primeiro caso da doença contraído no RS, por uma mulher de Ibirubá.