Participar dos jogos olímpicos não é um sonho exclusivo de atletas e treinadores. Mais de 242 mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, se candidataram para fazer parte da competição, que inicia hoje. Em novembro do ano passado, o Comitê Rio-2016 divulgou relação com 50 mil nomes aprovados, entre eles, alguns moradores do Vale do Taquari.
Estar bem perto dos principais atletas do mundo e participar de um dos eventos mais importantes do planeta são os motivos que atraíram a maior parte dos voluntários que estão à disposição dos organizadores na Olimpíada, que inicia hoje e vai até dia 21. Mas existe quem vai utilizar o trabalho não remunerado para agregar experiência ao currículo, como o morador de Estrela, Daniel Mallmann. “Será um trabalho válido pensando na minha carreira.”
Atleta do Centauros Rugby, Mallmann atua como voluntário nos jogos de rugby. Ele auxilia atletas que estão no banco de reservas e controla a imprensa para ficar na área demarcada.
Conta que despesas com hospedagem, translado e alimentação são por conta dos voluntários. A única colaboração do comitê organizador é com o uniforme e a alimentação nos dias dos jogos.
Desde segunda-feira no Rio de Janeiro, Mallmann relata estar ansioso. “Só de saber que estarei ao lado dos melhores atletas do mundo, já me sinto realizado.” Mas diz que esperava ver a cidade mais organizada. “Tem muitas obras inacabadas, mas nada que impede a realização dos jogos.”
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Professores da Univates atuam como voluntários
Fabrício Duarte, professor do curso de Fisioterapia da Univates, vive no Rio de Janeiro uma grande experiência profissional. Ele trabalha, como voluntário, na Policlínica da Vila Olímpica. A oportunidade surgiu depois de ter atuado, em 2014, como fisioterapeuta da Comissão de Arbitragem na Copa do Mundo. Duarte é o único profissional do RS a participar dos dois maiores eventos do esporte mundial realizados no Brasil.
O professor tem 18 anos de experiência em fisioterapia esportiva. Mineiro de Belo Horizonte, já foi fisioterapeuta do Atlético-MG. No RS, atua faz 12 anos como professor universitário. Integrante da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (Sonafe), entidade com cerca de 250 profissionais nos Jogos Olímpicos, foi selecionado para atuar na Olimpíada há seis meses.Ele foi destinado para trabalhar na Policlínica – preparada para atender 600 atletas por dia – pela experiência de atender os trios de arbitragem de 25 países durante a Copa.
Sobre sua atuação, Duarte espera contribuir para que algum atleta possa subir ao pódio. “Eu tenho uma expectativa muito grande. Talvez não em atender um Bolt, mas de atender algum atleta medalhista, de participar do processo. Imagina se tenho a oportunidade de atender um atleta hoje e amanhã ele vem com a medalha? Isso é você contribuir para o sucesso daquele atleta.”
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Visão privilegiada
Técnico de ginástica de trampolim, Marcos Minoru Otsuka já trabalhou como voluntário especialista no evento-teste para a modalidade no Rio de Janeiro, em abril. Na Olimpíada, Otsuka tem visão privilegiada do esporte que faz parte do seu dia a dia.
Durante os jogos, o professor fica nas laterais dos trampolins auxiliando os atletas. Conta que está atento a cada acrobacia para aplicar os fundamentos com os alunos na Univates. “Vai ser muito bom. Já consegui trazer um pouco do evento-teste e agora vai nos beneficiar muito – eu como professor e a Univates como instituição. Só tende a nos qualificar.”
“Vou realizar um sonho”
O professor de Educação Física, Juliano Martins Santiago, espera realizar um sonho: assistir a uma Olimpíada. Comprou ingressos para jogos de basquete, dentre eles, Estados Unidos versus Sérvia, atletismo, vôlei de praia, handebol e ainda a maratona. “Com certeza vou realizar um sonho, eu sou apaixonado por esportes e presenciar uma Olimpíada é um sonho. Ainda mais aqui no Brasil. Serão momentos que não vou me esquecer nunca”, declarou.
Santiago relata que tentou comprar ingressos para assistir aos jogos da Copa do Mundo, em 2014, mas não conseguiu ser contemplado. “Comentei com minha mulher que não perderia esta oportunidade, então no primeiro dia me inscrevi e fui sorteado no lote inicial.”
Atleta representa o Vale
Natural de Colinas, Lucas Saatkamp, o “Lucão”, é o único atleta do Vale do Taquari entre os 462 brasileiros que disputam a Olimpíada. Meio de rede da seleção masculina de voleibol, o jogador foi medalha de prata em Londres.
Aos 30 anos, Lucão chega à sua segunda Olimpíada como um dos destaques da seleção. O desafio olímpico já tem dia e hora marcada para começar: 7 de agosto, às 11h35min, contra o México no Maracanãzinho.
Após ser campeão italiano pelo Modena nesta temporada, o central de 2,10m volta ao Brasil para defender o Sesi-SP na Superliga.
Curiosidades da olimpíada
* Serão distribuídas 306 medalhas no total.
* A Olimpíada tem 42 modalidades de esporte em disputa. Houve a inclusão de duas: rugby e golfe.
* O orçamento dos jogos custou R$ 37,6 bilhões.
* O torneio de futebol começou antes da cerimônia de abertura da Olimpíada. Os jogos não ocorrem somente no Rio de Janeiro. São Paulo, Brasília, Salvador, Manaus e Belo Horizonte também sediam as partidas.
* Ao todo, são 10,9 mil atletas de 204 países na disputa por medalhas.
* A tocha olímpica passou pelas mãos de dez mil carregadores durante revezamento de cem dias que percorreu os 27 estados.
* A vila é composta por 31 prédios residenciais, divididos em sete condomínios com apartamentos de dois e quatro quartos.
* O objetivo traçado pelo Comitê Olímpico Brasileiro é o 10º lugar. Para isso, estima-se que os atletas do país subam ao pódio, pelo menos, 30 vezes.
* A última cerimônia de abertura, na Olimpíada de Londres, alcançou a audiência global de 900 milhões de pessoas.
* No total, serão comercializados 7,5 milhões de ingressos, divididos em quatro categorias. O mais barato custa R$ 40 e o mais caro, R$ 4,6 mil.
