Som automotivo gera discórdia na cidade

Teutônia

Som automotivo gera discórdia na cidade

Grupo solicita área para promover encontros e evitar incômodo com vizinhos

Som automotivo gera discórdia na cidade
Teutônia

A equipe Baixos Teutônia, composta por adeptos dos carros rebaixados e som automotivo, busca espaço para realizar encontros. A organização relata preconceito da comunidade com o estilo e a constante abordagem policial instigada por denúncias. O objetivo do grupo é promover eventos na cidade e tornar referência na modalidade. Entretanto, o desejo esbarra na falta de locais apropriados e rentáveis para a confraria.

Segundo o taxista Adílio Rosa da Silveira, 28, a restrição obrigou o grupo a realizar encontro fora da cidade. Em fevereiro do ano passado, conseguiram espaço gratuito no balneário Elbrinck, em Estrela. A organização reuniu 350 pagantes e 200 automóveis. O público veio da Serra Gaúcha e vales do Taquari e Rio Pardo.

A promoção teve o aval da Brigada Militar diante da obrigação do grupo de contratar seguranças para o local durante a festa. A direção do clube não encontra o mesmo diálogo em Teutônia. “Somos discriminados. Não queremos ser problema. Gostaríamos de sentar, conversar, ouvir sugestões e buscar solução, mas percebemos que o poder público não quer ouvir propostas”.

A empresária Carine Stoll faz parte da diretoria e lamenta as portas fechadas para os integrantes. Os adeptos da equipe são identificados com camisetas e adesivos. São mais de 120 na região. Para participar, o diálogo e alguns conceitos devem imperar como limpeza e segurança. “O que eu não gosto que seja feito em frente à minha casa, não faço em frente à casa dos outros. O meu direito termina onde começa o do outro”.

Para evitar confusão e incômodo na cidade, o grupo tem se reunido no terreno ao lado de um pavilhão abandonado da prefeitura, próximo ao Centro Administrativo. Segundo Carine, a localidade de Linha Germano, por exemplo, é uma opção descartada, devido à distância e aos custos para os adeptos. Seria mais prático ir a Lajeado, diz.

Lei do Sossego restringe movimento

Nos fins de semana, grupos se reuniam às margens da avenida 1 Leste para confraternização. No entanto, ocorrências envolvendo volume excessivo de som automotivo e barreiras nas calçadas de intensificaram o direito ao sossego. Comerciantes encontravam lixo em frente aos estabelecimentos e até odor de urina. Foram instaladas placas no trecho, mas os episódios continuavam.

As reclamações motivaram denúncias da comunidade e a ação rigorosa da Brigada Militar. Segundo o sargento Marco Mattes, nos últimos meses houve menos ocorrências do gênero. “Antes ficavam próximo de prédios residenciais e acabavam perturbando os moradores. Por isso, a necessidade de um espaço adequado”.

Saiba mais

O clube Baixos está sob nova direção faz um ano. Não cobra mensalidade e atua de forma corporativa na confecção de camisetas, adesivos e realização de eventos. As confraternizações ocorrem aos fins de semana e são marcadas pelo aplicativo Whatsapp. Por ano, ocorre um evento de maior proporção, reunindo apreciadores de outras cidades.

Administração aponta sugestões

Segundo secretária da Juventude, Esporte e Lazer, Alana Gaussmann, a discussão sobre o assunto é delicada.

A Hora – O pavilhão multiuso pode ser utilizado para um evento de som automotivo, por exemplo? Quais os requisitos para que o evento possa ocorrer?

Alana Gaussmann– Deverá ser previamente autorizada pelo Executivo, sendo que a autorização deverá ser solicitada por meio de protocolo junto à Secretaria da Fazenda, com antecedência mínima de 15 dias da data de realização do evento.

Qual a avaliação da secretaria quanto à lei criada pelo Judiciário com objetivo de “aliviar” as aglomerações na avenida 1 Leste? Algumas pessoas reclamam que é como toque de recolher. Também fazem alusão a outros municípios onde não há proibição.

Alana – A secretaria procura sempre dar espaço e criar oportunidade para todos os segmentos de interesse dos jovens que chegam ao nosso conhecimento. O poder público entende que é importante preservar os direitos da juventude teutoniense, assim como seus deveres, por isso, implantou a secretaria, a fim de dar voz aos jovens e atender suas demandas, ouvir suas opiniões. Portanto, buscamos intermediar, em conjunto com o Conselho Municipal da Juventude, a questão do espaço para os carros com som automotivo. Conversamos com alguns jovens interessados, com representante da Brigada Militar, entre outros grupos, com o objetivo de intermediar essa relação e buscar a solução para o problema. Feito isso, acordamos, com os grupos de jovens que nos procuraram, em utilizar o pavilhão multiuso e os fundos desse local para que pudessem estacionar seus carros, se divertirem, ouvir um som, mas de forma ordeira e respeitável. Acreditamos que se todos fizerem o seu papel, e respeitarem o espaço do outro, tudo é possível, e novas oportunidades sempre surgirão.

Quais alternativas estudadas pela secretaria para atender a demandas do clube de carros rebaixados?

Alana – Até hoje todos os clubes que procuraram a Sejel foram atendidos, e em parceria, realizados os eventos de som automotivo, inclusive neste ano, no mês de maio.

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