O anúncio do sexto parcelamento consecutivo do salário dos servidores levou à adoção de Operação-Padrão na Segurança Pública.
Como primeira parcela do mês de julho, cada servidor deve recebeu R$ 650. Um dia depois, outros R$ 330. Para o dia 4, é prevista uma paralisação das atividades do setor.
A Operação-Padrão abrange todas as delegacias da região. No período, segundo a vice-presidente da União Gaúcha dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Magda Lopes, registros físicos de perda de documentos e fatos em tese atípicos ficam suspensos.
As operações, afirma, também são afetadas com a decisão. Elas passam a ser limitadas ao cumprimento de mandatos considerados urgentes e durante o horário de expediente das delegacias. A situação deve ser mantida até a normalização do pagamento. O Estado estima quitar as pendências até 19 de agosto.
No Presídio Estadual de Lajeado, segundo o chefe da Segurança, Eberson César Bonet, as atividades serão mantidas no cronograma normal até o início da próxima semana. A expectativa é por orientações da Associação dos Monitores e Agentes Penitenciários do Estado (Amapergs) na segunda ou terça-feira para o dia da paralisação.
Ações alinhadas
Representantes de órgãos da Segurança Pública, Saúde e Educação do Vale do Taquari se reúnem nesta terça-feira, 2, na sede do Cpergs, em Estrela. No encontro, segundo o presidente do sindicato representativo dos professores, Oséias de Freitas, serão abordadas possíveis mobilizações na região no dia 4, quando a Segurança tem uma paralisação anunciada.
Para o presidente, a situação afeta todos os setores. Freitas critica o novo parcelamento devido à elevação da carga tributária e ao acordo de não pagamento da dívida com a União. “Todas as desculpas usadas antes, agora, não têm mais validade. É um descaso com o servidor público. O básico está sendo ignorado.”
“Evitem sair de casa”
O desacordo com a forma de pagamento está expresso em anúncio feito pelo Bloco da Segurança Pública, divulgado na quinta-feira. Ele representa Polícia Civil, Brigada Militar, Instituto Geral de Perícias (IGP), Bombeiros e Susepe. No documento, assinado por representantes de todos os órgãos, o Bloco classifica a situação como “insustentável” e define o parcelamento como “injustificado”.
Para o dia da paralisação, o Bloco sugere evitar sair às ruas, abertura de comércio e o funcionamento de escolas e transporte público. De acordo com o presidente da Abamf, soldado Leonel Lucas Lima, quartéis de todo o estado devem participar da paralisação da próxima semana e debater as próximas medidas na sequência. A associação abrange servidores de nível médio da Brigada Militar e Corpo de Bombeiros.
Para ele, a insatisfação dos servidores pode levar à greve da categoria. “Temos os nossos limites, mas quem estabelece isso é o Governo do Estado, a partir do momento que eles não cumprem com as leis, dá a chance também de não que não cumpramos as leis. Não tem como exigir qualquer coisa.”
Segundo ele, além dos impactos causados pelo parcelamento dos salários, a falta de investimentos no setor é outro agravante. Estima a interrupção de uso de 10% das viaturas da Brigada Militar na capital nessa sexta-feira, 29, por problemas técnicos ou falta de manutenção.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública Estadua, afirmou compreender a situação do funcionalismo, e reconhece a intranquilidade do setor devido ao parcelamento. De acordo com o documento, Governo do Estado não poupará esforços para que na próxima semana sejam pagas outras parcelas, atingindo valores que abrangerão grande parte dos servidores da Segurança. O posicionamento encerra solicitando que os servidores mantenham a serenidade e garantia da manutenção dos diálogos com os líderes das entidades representativas.