Entregar o comando dos negócios para os herdeiros nem sempre é fácil. Do lado dos pais, é preciso ter confiança para passar as rédeas. Já os filhos necessitam de comprometimento e preparo. Um exemplo de processo bem encaminhado é verificado na propriedade da família Kafer, de Linha 32.
Com ajuda do filho Lucas, 22, os pais Germano e Clara apostam na criação de suínos e na produção de leite. Em dois anos, os investimentos em infraestrutura superam R$ 500 mil. No ano passado, foi construído um novo free stall para alojar o rebanho de 48 vacas em lactação. Com novas instalações, tecnologias, mudanças na gestão e na dieta do plantel, a produção diária aumentou em quase 500 litros nos últimos anos. Hoje, chega a 1,2 mil litros.
Hoje, está em construção um prédio de 896 metros quadrados com capacidade de alojar 650 suínos no sistema de terminação. O primeiro lote será negociado em dezembro. O número de animais alojados duplicará.
A ousadia, aliada ao planejamento e incentivos concedidos pela Secretaria de Agricultura, torna a propriedade uma referência em sucessão e boa gerência dos negócios. “Com novas tecnologias, incentivos, crédito e qualificação do sistema de gerenciamento, conseguimos aumentar os lucros e diminuir pela metade a carga de serviços por dia”, destaca Lucas.
Para o secretário Paulo Heck, o empreendimento é reflexo do crescimento do setor primário e do avanço na implantação de políticas de incentivo para manter e até permitir o retorno de jovens ao campo. Destaque para os serviços de terraplenagem (3 mil horas em 2015), como forma de incentivar a construção de novos aviários, chiqueiros e galpões leiteiros.
Ainda são realizadas melhorias nas estradas, redes de água, sistema de telefonia, internet e energia elétrica. Das 900 propriedades existentes, 10% têm sucessão garantida. São pelo menos 92 jovens que dividem a gerência dos negócios com os pais.
“Com projetos, orientação técnica, oferta de crédito e parcerias com integradoras garantimos o crescimento da renda tanto do município como dos produtores”, destaca.
Valor adicionado cresce
Projeções iniciais indicam uma movimentação financeira de R$ 126,7 milhões em 2015. Em relação ao 2013, o aumento foi de 10,17%. Na época, o montante era de R$ 115 milhões. O setor primário representa 14,86% na economia, ficando atrás apenas do setor industrial.
O destaque é para a suinocultura – em primeiro lugar no valor adicionado. São mais de 120 suinocultores que geraram R$ 37 milhões ao município, com 106 mil cabeças abatidas.
A avicultura ocupou o segundo lugar em retorno de valor adicionado gerando R$ 24 milhões para o município em 2013. Entre 2013 e 2014, foram construídos cinco aviários, sendo três para ovos férteis e dois para aves de corte.
Na cadeia leiteira, são 460 produtores. O setor ocupa o terceiro lugar em retorno para o município e cresce 5% anualmente, considerando os últimos quatro anos. A produção chega a 24 milhões de litros.