ONG constata criadouro de galos de rinha

Vale do Taquari

ONG constata criadouro de galos de rinha

Repraas afirma que nos municípios de Teutônia e Paverama existem mais de 600 animais

ONG constata criadouro de galos de rinha
Vale do Taquari

Atividade clandestina, oportunidade para confraria de traficantes e passível de multa. Assim a Rede de Proteção Ambiental e Animais (Repraas) caracteriza a minuciosa organização que usa galos exóticos para combates.

Por meio de investigação durante nove meses, a instituição constatou mais de 600 galos de rinha em Paverama e Teutônia. O levantamento alerta para a necessidade de enrijecer a lei. O abate é a sugestão para evitar a proliferação do animal.

Testemunhas e gravações confirmam que Teutônia é o polo do Vale na criação de galos indianos. Segundo o presidente da Repraas, Vladimir da Silva, as rinhas eram frequentes e marcadas por aglomerações na cidade. Desde as últimas operações, os adeptos pulverizaram os encontros, tornando-os mais restritos. Antes eram realizados com grupos de 30 pessoas, agora reduziu para eventos com cinco a seis integrantes em quintais. “Para entrar tem de ser convidado e muitas vezes há entrega de senhas”, revela.

O repúdio à criação dos animais está embasado na lei de 2007 que rege sobre a sanidade avícola. Os galos indianos são selecionados em cativeiros e oriundos da cruza de animais preparados para combates. Por estarem confinados, desenvolvem imunidade a doenças que podem contaminar aves nativas e levar à extinção. Além disso, a agressividade que impede o convívio com outros da mesma espécie denuncia a finalidade do animal.

Apesar de não ser crime, a criação de galos de rinha é registrada como infração administrativa que acarreta multa. A mutilação do animal como o corte do quinto dedo ou a raspagem das pernas caracteriza maus-tratos. Nesse caso, o responsável responde a termo circunstanciado.

Além disso, a ONG alerta para problemas sociais incentivados nos rinhadeiros. Segundo Silva, os encontros também eram utilizados para movimentação no tráfico de drogas. “Os traficantes se reuniam e definiam mais pontos de venda”.

O dilema encontrado é o destino correto dos animais apreendidos. A falta de abate sanitário permite que o proprietário do rinhadeiro ou criadouro continue como fiel depositário. A brecha no sistema garante que os animais valiosos sejam negociados ou realocados em outro município. Para Silva, o abate é a solução. “Não adianta apreender e o animal ficar preso. Tem que ser abatido”.

Relembre

Em 2008 ocorreu a maior apreensão de galos de rinha da cidade: 291 animais. Além disso, gaiolas, biqueiras, esporas, tambores para corrida e combate foram encontrados. Em Linha Geraldo, um homem ficou como fiel depositário de 161 animais.

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