Lajeado e Estrela buscam a adesão ao Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) faz pelo menos dois anos. Com o credenciamento, que unifica as fiscalizações com o governo federal, as agroindústrias terão aval para vender os produtos além dos limites municipais.
Segundo a supervisora e coordenadora do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), em Lajeado, Michele Fernandes de Melo, a segunda auditoria será realizada em até 40 dias. Dos 13 estabelecimentos cadastrados e que atuam na industrialização de produtos de origem animal, apenas um estará apto em um primeiro momento a iniciar a venda para todo país. “Queremos incluir mais. Faltam apenas pequenos ajustes para conseguirem se adequar às normas.”
Conforme o fiscal estadual agropecuário, Diego Facin, o município está bem estruturado e tem equipe técnica muito bem consolidada. Ele liderou a equipe de três médicos-veterinários e um técnico agrícola responsável pela primeira auditoria realizada durante três dias.
Segundo Facin, baseado no Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi), foram diagnosticadas pequenas inconformidades, tanto na parte documental junto à equipe do SIM quanto dos estabelecimentos fiscalizados. “A rotulagem dos produtos, por exemplo, é algo que precisa passar por adequações e as rotinas de inspeções devem ser revistas”, citou.
De acordo com o titular da Secretaria de Agricultura e Urbanismo (Saurb), Marcos Salvatori, embora a cidade tenha grande potencial consumidor, a abertura de novos mercados sempre é necessária, tanto para aumentar os lucros dos empresários, gerar novos empregos, estimular o aumento da produção e da arrecadação municipal. A adesão ao sistema foi encaminhada em 2015.
Estrela começou a organizar os documentos há dois anos. O secretário da Agricultura, José Adão Braum, diz que quatro agroindústrias seriam beneficiadas em um primeiro momento, três de embutidos e uma de lácteos. Enquanto aguardam nova auditoria, os proprietários dos empreendimentos e o Executivo trabalham para fazer os ajustes necessários, tanto na parte física das estruturas como na documentação.
Braum aguarda a liberação ainda para este ano. “É muita burocracia e isso atrapalha. Temos um sistema de inspeção municipal eficiente e rigoroso, em que se prioriza a qualidade e a saúde do consumidor.”
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Venda é restrita
O empresário Everton Mundeleski, de Lajeado, projeta incremento nas vendas com a adesão ao sistema. No abatedouro e frigorífico instalados no bairro Universitário, por mês, são abatidas 15 mil codornas, dois mil frangos caipiras e mil coelhos. Parte dos animais é criada na propriedade e o restante comprado de produtores da região.
A produção é vendida para mercados e na feira do produtor. A ausência de um sistema unificado de inspeção impede a venda para outros municípios e até mesmo estados. “Os clientes buscam o produto direto na propriedade e apenas para o consumo próprio. A revenda por parte de distribuidoras e mercados de outras regiões é proibida.”
Para atender a todas as exigências, nos últimos meses, Mundeleski contratou uma empresa de consultoria para qualificar o processo produtivo, além de oferecer treinamentos aos funcionários. “Aprimoramos ainda mais nossa qualidade. Sabemos do potencial e da boa aceitação dos produtos. Apenas nos falta o credenciamento.”
A agroindústria foi criada em 2009. O frigorífico é um dos três licenciados para fazer o abate de codornas no país e um dos cinco habilitados no abate de coelhos.
Saiba Mais
O Suasa foi criado em 2006, por meio do Decreto no 5.741, com a finalidade de ampliar a inspeção dos alimentos de origem animal e vegetal. O sistema é organizado de forma unificada, descentralizada e integrada entre a União (por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que coordena o sistema), os estados, o Distrito Federal e os municípios, por meio da adesão voluntária.