Sem acordo, industriários entram em greve

Lajeado

Sem acordo, industriários entram em greve

Paralisação ocorre em meio às negociações entre sindicato da alimentação e Minuano

Sem acordo, industriários entram em greve
Lajeado

Funcionários da unidade da Minuano, bairro Moinhos, paralisaram as atividades na madrugada de ontem. A decisão, apoiada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Avícolas e Alimentação em Geral de Lajeado e Região (Stial), é uma resposta à proposta da companhia de 5,7% imediatos e outros 0,5% em janeiro. O movimento ocorre quatro dias antes da próxima reunião para tratar sobre o tema.

O valor oferecido é considerado baixo para a categoria, segundo o presidente do Stial, Adão Gossmann. A reivindicação aprovada em assembleia do sindicato é de 9,9%. De acordo com ele, a concentração de trabalhadores em frente à empresa iniciou às 2h30min. No horário, era previsto o início do primeiro turno de produção. Pela estimativa dos sindicalistas, houve a adesão de 90% dos 1,7 mil profissionais. Com a medida, afirma, o abate de aves foi paralisado.

A mobilização, de acordo com o sindicalista, poderia ter ocorrido antes, mas foi protelada na esperança de um desfecho nas negociações. O último encontro era esperado para o dia 15, mas foi cancelado por representantes da empresa. As tratativas ocorrem desde março. “O momento é de impasse, pelos trabalhadores, esta ação já poderia ter ocorrido na semana passada. Eles estão há quase 15 meses sem reajuste.”

O movimento não tem previsão de ser encerrado. Além da Minuano, as negociações de reajuste também estão sendo desenvolvidas com a BRF. Na quarta-feira, 13, representantes da companhia paralisaram as negociações. Desde ontem, trabalhadores da unidade estão em férias coletivas para a troca de equipamentos. Uma nova reunião está marcada o dia 21.

Espera por um desfecho

Nos 17 anos como funcionário da empresa, o lajeadense Ivan Rech, 57, acompanhou pelo menos quatro paralisações do tipo. De acordo com ele, as negociações em andamento estão mais demoradas e a greve é uma tentativa de sensibilizar a empresa. “Às vezes é a única solução. Estamos há dois meses sem conseguir entrar em um acordo.”

Ele salienta o aumento do custo de vida no período. O industriário relata uma tensão maior entre os dois lados da negociação. Para evitar conflitos e garantir o trânsito no local, a mobilização foi monitorada pela Brigada Militar (BM) desde a madrugada. No fim da manhã, uma reunião com representantes do órgão, empresa, sindicato e setores jurídicos tratou sobre a mobilização.

De acordo com o major da Brigada Militar, Inácio Caye, o encontro foi uma tentativa de facilitar a comunicação e repassar orientações quanto aos direitos de cada um. Uma das principais queixas, afirma, é quanto à garantia do direito de ir e vir. “De ambos os lados houve relatos de posturas que não condizem com o estado democrático de direito.”

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Minuano divulga nota

Em nota sobre o caso, a Companhia Minuano de Alimentos afirmou estar aberta a negociações. O documento, também divulgado no site oficial da empresa, ainda reforça a continuidade de atuação durante a mobilização e a garantia das condições para o acesso e manutenção das atividades.

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