Dos 13 hectares do Parque Professor Theobaldo Dick, quatro foram interditados ontem pelo Executivo. A área terá 98 eucaliptos retirados a pedido do Ministério Público por risco de queda de galhos ou árvores podres. Pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado na segunda-feira, o governo tem 15 dias para apresentar um cronograma para o corte e cinco dias para o isolamento.
O número de eucaliptos cortados corresponde a 90% das árvores da espécie existente no parque. A tendência, de acordo com o secretário de Meio Ambiente, José Antunes, é de substituição por vegetação nativa. Espécies frutíferas terão prioridades.
Para ele, a decisão não terá impacto ambiental, por serem árvores exóticas. Outro aspecto ressaltado pelo secretário se refere à segurança dos visitantes. De acordo com Antunes, havia risco de alguns galhos e árvores caírem. Algumas chegam a 30 metros de altura. “O eucalipto é uma árvore inadequada para esta área. Vamos repor essas cortadas com espécies diversificadas e próprias para o local.”
Durante a manhã, o perímetro interditado havia sido identificado por faixas e cartazes. No local. serão instaladas seis placas para alertar sobre o risco. O descumprimento dos termos do TAC pode gerar multa diária de R$ 500 ao município.
Debate antigo
A revisão das plantas no Parque dos Dick é tema de reuniões entre administração e MP. Um pedido para isolamento e corte já havia feito pelo promotor Sérgio Diefenbach, em 2015. Na época, foi solicitado um levantamento técnico sobre as condições das árvores.
Pela estimativa do secretário de Agricultura e Urbanismo, Marco Salvatori, após a definição de quem fará o serviço, a supressão ocorre em até 30 dias. Na avaliação dele, a retirada dos eucaliptos é necessária. “Este manejo precisa ser feito. Neste caso, estamos cumprindo uma ordem.”
Os secretários estimam que o serviço na área custe R$ 100 mil. Como o valor não está incluído no orçamento anual das repartições, uma alternativa é a busca por uma parceria com empresas.
Pelo acordo, o corte e a retirada dos eucaliptos seriam feitos em troca dos cerca de 450 metros cúbicos da madeira. Caso a parceria não seja confirmada, o serviço deve ser contratado de forma emergencial.
Medida Aprovada
Desde a criação do Parque dos Dick, em 2004, Luiz da Cunha, 62, aproveita os fins de semana para frequentar o espaço com a família. Segundo ele, apesar da interdição do ambiente com mais sombra do local, a medida é benéfica.
Para o morador do Hidráulica, a troca dos eucaliptos por árvores frutíferas deve colaborar com o aumento do número de pássaros no entorno no bosque. Outro benefício indicado por ele é o aumento da segurança para quem faz caminhadas no interior do espaço.
Assim como Cunha, Lilian Bohrer, 57, achou a medida positiva. “A integridade das pessoas é mais importante. É uma questão de segurança e se trata de uma planta exótica, muitas delas estão velhas.”
Ela frequenta o parque faz quatro anos. A área interditada, afirma, servia de atalho para as caminhadas. Para Lilian, o replantio e a opção por espécies nativas trarão melhorias para o espaço.