A Igreja Luterana não é étnica, diz pastor

Lajeado

A Igreja Luterana não é étnica, diz pastor

Após participação no Pastoralkolleg 2016, Luís Sievers ressalta adaptação religiosa

A Igreja Luterana não é étnica, diz pastor
Lajeado

Em meio à contagem para os 500 anos da Reforma Protestante, um grupo de 13 pastores e pastoras brasileiros acompanhou o Pastoralkolleg 2016, na Baviera, Alemanha. Durante o evento, encerrado no dia 22, um dos principais debates abordou a prática religiosa no contexto da América do Sul e do centro europeu.

A adaptação da Igreja para um ambiente de múltiplas culturas é indicada como uma das principais formas de facilitar o contato com o luteranismo. A análise é do pastor Luís Sievers, 54, atuante faz sete anos em Lajeado. Ele estava entre os cinco gaúchos da comitiva nacional no evento, ligado à Igreja Evangélica Luterana na Baviera.

As atividades de aprofundamento pastoral passaram por cidades como Neuendettelsau, Nürnberg, além de pontos de destaque na história de Martinho Lutero e históricos para o país. De acordo com Sievers, a experiência serviu para aprender mais sobre o modo como a população local lida com as práticas do luteranismo na área de origem da doutrina. Na Alemanha, estima, são cerca de 25 milhões de evangélicos.

Segundo o pastor, apesar de ter um perfil de crescimento anual baixo, a Igreja tem expandido na América Latina e África. Para ele, com contexto multicultural, se torna mais comum um contato maior de diferentes povos com os preceitos luteranos.“Queremos mostrar que a Igreja Luterana não é uma igreja étnica. Hoje o desafio é vencer barreiras culturais. ”

Brasileiros e alemães debateram momento do luteranismo e formas de cativar os fiéis

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Integração local

De acordo com ele, o evangelho não deve ser encarado como algo do passado, mas como uma forma de inspirar reflexão sobre a realidade atual. “Em um mundo pós-moderno, com este individualismo, com mudanças muito rápidas é um mundo multiétnico. É preciso que a Igreja consiga se comunicar de forma entendível neste contexto.”

O pastor indica a comunicação como uma forma de aproximação da Igreja com as comunidades onde está inserida. Sievers percebe similaridades entre o contexto vivido pelos luteranos alemães e brasileiros, sobretudo quanto à migração e à atuação da Igreja no apoio às populações.

Com a maior população de luteranos do país, o RS tem sido destino frequente de imigrantes de diferentes nacionalidades. Já na Europa, países como a Alemanha são buscados por refugiados de guerras no Oriente Médio. “As igrejas têm tido uma participação importante no apoio e acolhimento desses povos.”

Sievers destaca o espírito comunitário como característica das diferentes vertentes do cristianismo e a importância dos serviços prestados pelas igrejas. No município, ele ressalta a formação de um grupo voltado aos imigrantes. A ação ainda deve ter um evento de integração, previsto para novembro. Ele enfatiza a importância da criação do Conselho de Igrejas Cristãs de Lajeado (Cicla).

O grupo foi formado no ano passado e conta com representantes de diferentes confissões para debater temas locais. Eles participam dos debates de conselhos municipais, além de servir para aproximação entre seus integrantes e facilitar o desenvolvimento de ações comunitárias.

Contagem

A comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante, movimento reformista, encabeçado por Martinho Lutero em 1517, está marcada para o dia 31 de outubro de 2017. No país, desde o dia 18, é feita uma contagem de 500 dias até a data. Na região, eventos alusivos à marca são organizados pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e pela Igreja Evangélica Luterana no Brasil (IELB).

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