De aluno a professor e diretor. Em resumo, essa é a trajetória de Werner Kurt Hilgemann, 65, no Colégio Martin Luther. A relação entre ele e a instituição de ensino iniciou em 1963, quando Hilgemann passou a frequentar as aulas do ginasial.
Na década de 70, o morador de Linha Clara se mudou a Santa Maria para cursar História na universidade federal. Ele também chegou a fazer Economia, mas não conseguiu completar o curso. “Faltou dinheiro e deixei de fazer seis disciplinas.”
Ao retornar para a região, com 24 anos, Hilgemann lecionou na Escola Estadual Presidente Castelo Branco, em Lajeado. “Era no Ensino Médio noturno. Foi um desafio para mim.” O professor passou ainda pela Escola Vidal de Negreiros, Escola de Ensino Médio Estrela, IEEEM e Escola Estadual de Colinas.
No dia 1° de março de 1976, deu a primeira aula no Colégio Martin Luther. Contratado para substituir uma professora em período de gestação, Hilgemann acabou permanecendo no educandário. “O Martin Luther sempre foi uma escola conceituada. Fiquei contente quando comecei a dar aulas lá.”
De dezembro de 1993 a dezembro de 2002, Hilgemann atuou como diretor do colégio. Nesse período de nove anos, conseguiu inaugurar os cursos técnicos (1997), incentivou o esporte e a filantropia. Dessa forma, muitos alunos carentes tiveram a oportunidade de estudar no colégio estrelense.
Hilgemann também idealizou a produção de um livro histórico sobre os cem anos do Martin Luther. Durante a produção da obra literária escrita pela historiadora Silvana Faleiro, foi descoberto que as aulas no colégio estrelense iniciaram em 1904, dois anos antes do que previam as comemorações oficiais.
Desde 2011, Hilgemann ocupa o cargo de vice-diretor. As quatro décadas dedicadas à educação motivaram uma homenagem a Hilgemann na câmara de vereadores. Ontem, ele recebeu o título de honra ao mérito graças a uma indicação do vereador Marco Aurélio Wermann.
Saiba mais
*Hilgemann nasceu em Linha Clara no dia 17 de janeiro de 1951. É filho de Friedhold e Norma Hilgemann;
*No período acadêmico, ganhou prêmios em concursos de monografia e concurso do BRDE de Economia;
*Em 1977 casou-se com a professora Clarice Marlene Hilgemann. É pai do farmacêutico Rodrigo e do professor Maurício;
*Em 1999, foi considerado professor destaque pelo Rotary Club.
“Até quando a química e a biologia me permitir”
A Hora – Qual o momento mais marcante?
Werner Kurt Hilgemann – Consegui reunir na formatura de 2001 a primeira turma do magistério que se formou em 1958. Foi uma de detetive para achar essas três mulheres. Só sabia que elas eram de Carazinho e Pelotas.
E uma dificuldade?
Hilgemann – Eu era gago e sofri muito com isso. Quando tinha que apresentar um trabalho, dois dias antes já não dormia direito. Eu acabei superando isso com palavras-cruzadas. Hoje sou um viciado. Quando tinha uma palavra que eu sabia que ia engasgar, eu trocava ela por um sinônimo. E fazendo essas palavras-cruzadas eu tinha essa facilidade.
Pretende dar aulas por mais quantos anos?
Hilgemann – Essa é a pergunta que não quer calar. Até quando? Até quando a química e a biologia me permitir.