Júri condena foragido a 24 anos de prisão

Teutônia

Júri condena foragido a 24 anos de prisão

Levi Lopes de Castro é acusado pelo assassinato de Daiane Siebeneichler em 2014

Júri condena foragido a 24 anos de prisão
Teutônia

A família de Daiane Siebeneichler de Castro, 33, assassinada com mais de dez facadas no peito, costas, rosto e mãos, aguarda pela prisão do criminoso. O crime ocorreu em 17 de julho de 2014, às 20h, na residência do casal, na rua Asído Dreyer, em Teutônia, e teve o julgamento em júri popular ontem, no Fórum. O acusado, Levi Lopes de Castro, 28, recebeu a sentença de 24 anos em regime inicial fechado.

Lopes se entregou à polícia minutos depois do assassinato e permaneceu um ano e cinco meses no Presídio Estadual de Lajeado. Entretanto, em dezembro de 2015, ele e mais dois fugiram do sistema prisional. Com a mudança na legislação, desde 2008, foi julgado mesmo sem estar no plenário. O julgamento durou oito horas e 10 minutos e contou com sete homens no júri.

A acusação foi sustentada por Milton Stalhöfer e o promotor da Comarca de Teutônia, Jair João Franz. Eledi Amorim Porto representou o réu. O debate teve a mediação da juíza da 1ª Vara, Ângela Lucian. Durante o julgamento, foram ouvidas duas testemunhas e dois familiares.

A vizinha do casal, Lurdes Konrad, 47, assistia a televisão na noite do crime. Segundo ela, ouviu pedidos de socorro. Ao abrir a janela, viu Levi correndo e Daiane caída sobre o gramado. O soldado Carlos Peixoto, da Brigada Militar chegou ao local e chamou o Samu. Também recebeu ligação revelando que Levi estava na casa do irmão e queria se entregar. “Perguntamos pra ele o que ele tinha feito e ele disse: ‘furei’ minha ex-mulher”. Após registro, ele foi encaminhado ao presídio.

Sobre o caso

Uma semana antes do assassinato, Levi recebeu R$ 700 referente a serviços prestados pela companheira. Com o dinheiro, ficou três dias consumindo drogas em Lajeado. Preocupada, Daiane espalhou cartazes pela cidade e divulgou no Facebook. Ele foi pego em blitz. Depois disso, ela recebeu ameaças e foi orientada pela Defensoria Pública a trocar as fechaduras de casa.

No dia 17, o acusado utilizou a bicicleta do irmão Jonatan e foi até a casa da vítima, entrando pelo telhado. Ao chegar na residência, a mulher foi surpreendida.

Levi atacou Daiane com uma faca de 22 centímetros. Ela pulou a janela e foi perseguida pelo acusado. O assassinato ocorreu em frente à casa.

Levi confessou o crime e disse ter sido motivado por traição. Segundo ele, a ex-companheira estava enviando fotos íntimas para um japonês de São Paulo em troca de dinheiro. No entanto, nenhuma prova foi encontrada.


Eu apoiava a separação há muito tempo, porque via que não daria em nada.

“Eu apoiava a separação há muito tempo, porque via que não daria em nada.”

“Ele foi julgado, mas vai começar a cumprir pena quando?”

A Hora – Como a senhora avaliava a relação da Daiane com o Levi?

Mãe Vera Scholmeier – Era sempre muito desigual. Ele sempre tinha problemas e recaídas nas drogas. Ela sempre tentava e dava mais uma chance, mas eu não via, não achava que ele ia conseguir. Eu apoiava a separação há muito tempo, porque via que não daria em nada.

Quando recebeu a ligação, sabendo que ela havia sido esfaqueada, qual foi a reação naquele momento?

Vera – Foi horrível, não conseguia entender isso. Meu filho me ligou e disse: “Mãe, o Levi matou a Daiane”. Eu perguntava como. Pra mim não era verdade. Entrei em pânico. Nunca pensei que ele pudesse fazer uma coisa dessas.

Qual o sentimento hoje?

Vera – Muito triste. Meu coração anda de bengala. Tínhamos uma afinidade. Mãe e filha sempre são mais próximas e conversávamos muito. Tudo que acontecia, ela me contava. Se não dava ao vivo, era por telefone. Nos falávamos muito e hoje sinto muita falta disso. De poder contar coisas que eu só contava pra ela e ela pra mim. É muito difícil.

O que sentiu quando soube que Levi foi preso?

Vera – Fiquei feliz, porque, pelo menos ele estava preso. Fiquei satisfeita por ele ter se entregado.

Como a família julga a fuga dele?

Vera – É uma lástima. Achamos que alguém de dentro do presídio facilitou, porque foram três que fugiram naquela noite, que cerraram as grades. Eles estavam em um lugar onde seria como uma cela de castigo e lá era mais fácil de chegar na rua. Não temos prova nenhuma, mas pensamos, e como não conseguem pegar ele? É muito difícil de entender, de aceitar. Ele foi julgado, mas vai começar a cumprir pena quando?

Acompanhe
nossas
redes sociais