Hábito de ler desperta  criatividade dos jovens

Lajeado

Hábito de ler desperta criatividade dos jovens

Estudantes deixam a internet de lado e optam pela literatura como passatempo

Hábito de ler desperta  criatividade dos jovens
Lajeado

O hábito da leitura começou cedo para Léo e Betina. Com 12 anos, ambos estudam no 7º ano do colégio Gustavo Adolfo e estão entre os mais assíduos frequentadores da biblioteca. Os dois se destacam por ir além das leituras pedidas em sala de aula, e sempre levarem mais títulos para a casa.

Hoje fascinado por livros de história e com personagens mitológicos, Léo Henrique Fensterseifer, leu começou a experiência literária com os gibis. No começo a atração foram os desenhos, mas a busca por entender o levou a desenvolver a leitura antes mesmo de entrar na escola. “Tinha uns quatro anos quando comecei a ler gibi. Quando entrei no primeiro ano eu já sabia ler mais ou menos.”

O incentivo pela leitura veio de forma pouco ortodoxa. “Eu sempre pedia pro meu pai dinheiro para comer bala, então uma vez ele disse: “não, agora tu compra esses gibizinhos aí.” Com o tempo as histórias em quadrinhos foram dando espaço para livros.

Hoje, os mangás ainda lembram o hábito da infância. Mas são os livros de história e mitologia que fascinam o jovem. A prova está no autor favorito, o americano Rick Riordan, criador da série de aventuras Percy Jackson.

Mesmo com o gosto pela leitura, que o leva a ler cerca de 30 livros por ano, Léo, não pretende se arriscar como escritor. “Nessa coisa de escrever eu nunca fui muito bom. Eu até tentei, mas não sou muito de escrever.”

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“Desde pequena nunca gostei de TV e computador. Quando comecei a usar internet já lia livros grossos”

Preferência por literatura estrangeira

O interesse de Betina Thomas Haas pelos livros foi um pouco mais tardio. Até os oito anos a menina lia apenas livros pequenos, os quais não despertavam seu interesse. Isso mudou quando chegou às mãos dela o título Diário de Um Banana, do norte-americano Jeff Kinney.

Com aproximadamente 200 páginas, foi o responsável pelo hábito que leva Betina a ler cerca de 25 a 30 obras por ano. “Li o primeiro e depois fui atrás dos outros da coleção. Hoje leio sempre essas coleções.” Os interesses da jovem se concentram em três categorias, como define. “Eu gosto de histórias de passado, futuro e romance.”

Os outros meios de comunicação não desviam o interesse pela literatura. “Desde pequena nunca gostei de TV e computador. Quando comecei a usar internet já lia livros grossos”, conta Betina.

As obras estrangeiras são os títulos preferidos da jovem. Na avaliação dela, os autores nacionais não despertam interesse. “Acho as histórias mau inacabadas então prefiro os de fora do país. A única autora brasileira que gosto é a Paula Pimenta”

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Festival quer criar leitores

As atividades do Festival do Livro do Gustavo Adolfo, que encerra a 14ª edição amanhã, é um dos principais eventos literários da região. Ao longo de oito dias, palestras com autores locais e regionais, atividades lúdicas voltadas para as crianças e demais apresentações artísticas buscam envolver os jovens com a literatura.

Na avaliação do livreiro, Sidnei Luís Wollmuth, o objetivo está sendo alcançado. “O que mais vendemos são livros de literatura juvenil e o infantil tem crescido muito. Isso é o resultado de um trabalho de conscientização dos jovens.” Wollmuth ressalta a importância a realização do Festival para outras áreas. “É um importante para toda a cultura da região e não só para a literatura.”

Hoje, as atividades do Festival iniciam a partir das 9h com apresentação do Grupo de Dança Gustavo Adolfo. O evento ocorre no Centro Comunitário Evangélico até as 19h30min.


Festival do Livro do Colégio Gustavo Adolfo é um dos principais eventos do gênero na região. Neste ano, mais de 20 mil obras foram expostas

Festival do Livro do Colégio Gustavo Adolfo é um dos principais eventos do gênero na região. Neste ano, mais de 20 mil obras foram expostas

“Não é só achar uma história boa, mas ser criativo na hora de contar”

Professora e pedagoga por formação, Cris Müller deixou a sala de aula dez anos atrás para se dedicar a outra atividade, contar histórias. Desde então ela usa da criatividade para cativar crianças em escolas e eventos como o Festival do Livro. Confira a seguir a entrevista com a contadora de histórias.

A Hora – Qual a importância de atividades como a hora do conto para a formação de novos leitores?

Cris Müller – Assim como eu sinto vontade de ler livros diferentes e buscar histórias diferentes para as crianças, eu gosto de passar o fascínio pelas histórias para elas. Que elas sintam vontade de ler e busquem os livros que eu conto e outros livros interessantes para ela

– Você deixou a sala de aula para se dedicar a contar histórias em creches e escolas. Como é esta experiência?

Cris – Eu adoro fazer isso. Cada vez que eu conto história eu fico encantada com eles me olhando e prestando atenção. Eu acho que consigo levar eles para dentro da história, e esse sentimento é só meu. Por isso eu gosto tanto disso.

– Como você faz para prender a atenção das crianças?

Cris – Ai vai da criatividade da gente. Eu posso simplesmente contar uma história, mas tenho que criar ambiente. Criar um cenário diferente, tornar uma coisa atrativa. Eles gostam do figurino e do cenário. Na hora de contar história vários detalhes fazem a diferença, como entonação de voz. Então não é só achar uma história boa, mas ser criativo na hora de contar.

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