Centro de biogás reaproveita rejeitos

Encantado

Centro de biogás reaproveita rejeitos

Univates inaugurou ontem os biorreatores capazes de gerar energia renovável

Centro de biogás reaproveita rejeitos
Encantado

O câmpus de Encantado da Univates foi escolhido para receber o Centro de Estudos de Biogás e Energias Renováveis (Ceber). No local, inaugurado ontem, os três biorreatores devem ajudar na análise de misturas e do desempenhos de diferentes compostos para reaproveitamento. Até o início dos testes em escala piloto, em que são utilizados equipamentos em proporção menor à industrial, o processo era limitado a laboratórios.

A iniciativa teve um investimento estimado em R$ 500 mil e vem sendo desenvolvida em parceria entre o Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates) e empresas do Vale do Caí. Entre os equipamentos, dois com oito metros cúbicos e, um, de dois.

A implantação era debatida há oito anos. No período, os resultados eram compartilhados entre pesquisadores e empresas do consórcio participante. O centro é indicado pelo diretor administrativo do Tecnovates, Eloni Salvi, como uma alternativa para geração de novos negócios no municípios, além do desenvolvimento técnico sobre o tema.

De acordo Salvi, a iniciativa deve reduzir problemas ambientais e de destinação de resíduos produtivos na região. Por dia, estima, são geradas cerca de nove mil toneladas de dejetos das criações de aves, suínos e gado na região. Na avaliação dele, os resultados das pesquisas locais devem incentivar novos investimentos no local. “Temos muitos resíduos na região, que poderiam ser usados para esse tipo de geração, mas acabam sendo subutilizados.”

Para o vice-reitor da Univates, Carlos Cyrne, o espaço é uma forma de aproximar a instituição das demandas regionais. De acordo com ele, a escolha pelo município também é uma forma de aproximação com a microrregião. Cyrne ressaltou a possibilidade de desenvolvimento do Ceber para, no futuro, auxiliar no abastecimento energético local.

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Escala maior

A possibilidade de estudar a produção de biogás e alternativas de compostos em uma escala piloto é ressaltada pelo pesquisador e coordenador do Ceber, Odorico Konrad. De acordo com ele, apesar de a tecnologia estar em operação e uso em diferentes partes do mundo, o investimento ainda gera incerteza no meio empresarial.

Para Konrad, a geração de biogás e biofertilizante com o dejeto das atividades produtivas locais é uma alternativa de interesse ambiental e econômico.

O pesquisador classifica a iniciativa como uma reação às demandas atuais.

Ele projeta um crescimento do uso da tecnologia na região, com a atuação do Ceber e os resultados dos estudos. Antes de ter a estrutura disponível, por oito anos, os testes eram feitos no Laboratório de Biorreatores, em Lajeado.

A reprodução das análises em diferentes escalas, indica, aproxima os pesquisadores de uma realidade industrial.

Com as medidas, ele espera ser possível melhorar a eficiência das fontes de energia alternativa. “Ele (Ceber) pode nos trazer respostas mais seguras. Hoje, para investimentos desse porte, é preciso uma segurança técnica e científica.”

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