Em reunião no município de Cruz Alta, na última terça-feira, 24 cooperativas, das 42 associadas a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro) decidiram se desligar do Instituto Gaúcho do Leite.
Entre as justificativas do presidente, Paulo Pires está o entendimento de que o instituto não cumpre sua função primordial – defender, unir e capacitar quem integra a cadeia leiteira no Estado. “Inexiste conflito, tão pouco queremos o fim da entidade. Apenas entendemos que seu papel a qual se propôs na fundação não é cumprido.”
De acordo com Pires, outras entidades as quais a maioria das cooperativas estão ligadas já exercem o trabalho do IGL, como por exemplo o Sindilat, Câmara Temática do Leite da Ocergs e a própria Fecoagro. “Não faz sentido permanecer. Vamos entregar a carta de saída.” Para ele existe um problema de clareza nas leis que ditam a atuação da entidade e os propósitos do fundo quanto à cobrança de contribuições.
Na semana passada o IGL enviou uma notificação judicial ao presidente do Fundo Estadual do Leite (Fundoleite) e secretário da Agricultura, Ernani Polo, onde ameaça de incluir empresas laticinistas no Cadin e Serasa. A decisão acirrou o relacionamento entre os associados.
Em nota, o IGL informa que ainda não recebeu pedido formal da Fecoagro sobre o desligamento e espera que isso não se concretize. O instituto reclama que três indústrias estão inadimplentes com o Fundoleite, gerando um déficit de R$ 1,9 milhão.
O presidente do IGL, Gilberto Piccinini, alega que o “expressivo valor devido e não pago ao fundo até o momento, prejudica a implantação de diversos projetos de interesse de 100 mil produtores de leite, de 250 laticínios gaúchos e de milhões de consumidores de leite e derivados lácteos.”