Parte do pátio da escola de Educação Infantil Primeiros Passos, no bairro Centenário, continua interditada. O terreno vem sofrendo com erosão desde 2013, após escavações para construções em áreas vizinhas. Em fevereiro, o Executivo notificou os proprietários e deu prazo de 45 dias para uma solução do problema.
Desde a época, os efeitos da erosão aumentaram no terreno. Apesar do término do período estimulado, na sexta-feira passada, o muro de contenção previsto para a divisa não foi terminado. Na lateral da escola, parte do cascalho necessário aguarda terra para execução do aterro no local.
A situação causa apreensão na diretora, Cristina Prates. De acordo com ela, o descaso é demonstrado pelo desrespeito aos prazos estipulados. A escola é frequentada por 130 crianças. “Esperamos uma ação, mas todas as parcerias que foram propostas não avançaram desde lá.”
De acordo com o coordenador administrativo da Secretaria de Educação (SED), Júnior Eckert, foi solicitado à Secretaria de Planejamento a aplicação de multa ao proprietário. A decisão surgiu após a constatação de atrasos na conclusão. Segundo ele, as obras de contenção são atribuídas legalmente aos proprietários.
O coordenador salienta a adoção de medidas para garantir a segurança da escola, como o recuo da cerca. Para ele, o local não representa riscos às crianças, por elas não terem acesso direto entre o pátio e o local onde são desenvolvidos os serviços. Eckert estima ser possível finalizar o muro em cerca de 15 dias “Pelo avanço das obras do muro de contenção, não há riscos de desabamento do local.”
“Não foi negligência”
O construtor Giovane Pimentel atribui o atraso na construção do muro à falta de dinheiro. Segundo ele, foi preciso vender um dos veículos da empresa. Estima ser necessário investir cerca de R$ 30 mil na obra de contenção.
De acordo com o construtor, o problema foi gerado pelas características do terreno onde está a escola. Segundo ele, apesar de ter respeitado um recuo de 1,2 metro da divisa com o pátio escolar, infiltrações afetaram o solo aterrado. “Era algo que não fazia parte do orçamento. Não depende de mim esse tipo de coisa, é da natureza. Não houve negligência.”
Para a contenção, afirma, no espaço entre o muro e o terreno, serão utilizados 28 metros cúbicos de cascalho, além de terra. O material será compactado e a tubulação para escoamento da água da escola será ligado à rede da via, como forma de evitar novas infiltrações.