Escola abandonada vira centro cultural

Teutônia

Escola abandonada vira centro cultural

Iniciativa de professora e pastora garante o ensino de música para 150 estudantes

Escola abandonada vira centro cultural
Teutônia

O prazer pelo ensino da música e o interesse pelo desenvolvimento humano transformaram uma escola abandonada em centro cultural, no bairro Teutônia.

A musicista e maestrina Simone Huwe, 39, e a pastora Evanice Adriana Beise, 49, dividem o sonho de ensinar a essência da música. Com apoio da comunidade, fundaram a Associação Pró-Cultura Paz e pleitearam projeto pela Lei Rouanet.

O resultado é expressivo devido à reforma do prédio. Hoje, cerca de 150 alunos aprendem as primeiras notas.

O Projeto Cantar é para Todos iniciou em 2012 com a criação de documento que permitia captar recursos pela lei federal. Da organização do material até a aprovação do projeto, um ano se passou. O segundo passo foi a captação de recursos. Duas empresas auxiliaram, a Fruki e a Dickow Alimentos/Rei Arthur, garantindo 50% do valor previsto reduzindo o tempo de execução do projeto de dez para cinco meses. A iniciativa animou a dupla.

As aulas ocorriam no salão comunitário da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), mas o número de alunos aumentou. Em parceria com a diretoria, firmaram acordo de comodato de um prédio abandonado ao lado da congregação. Na época, tinham 54 alunos aprendendo de forma individual e coletiva.

Casebre vira mansão

Quando Simone e Evanice visitaram pela primeira vez o prédio, encontraram vidros quebrados e portas danificadas. O assoalho estava corroído e havia infestação de cupins.

Para reformar o local, contaram com o apoio de alunos, pais, empresários e incentivadores da cultura. Parte dos recursos captados também foi investida. O trabalho intenso em dois anos estruturou o ambiente, fortaleceu a ideia e ganhou força. A antiga escola recebeu pinturas interna e externa. O assoalho de uma das salas foi substituído por piso. A rede elétrica foi modificada e os pais doaram móveis e eletrodomésticos.

As salas de aula são preparadas, as cadeiras e quadros novos. Internet foi instalada e permite atender os interesses dos estudantes. Hoje, a associação conta com três professores com bacharelado em Música.

Conforme Evanice, consolidar o projeto é algo pessoal. “Quando eu era criança, queria aprender a tocar algum instrumento, mas não tive a oportunidade de aprender. A música e a diversidade cultural enriquecem o ser humano.”

Ensino diferenciado desde a infância

A associação oferta aulas de piano, naipes de flauta, violão, metais e palhetas. O diferencial é trabalhar com crianças desde os 4 anos com incentivo pela sonoridade e interação pedagógica para apresentar um novo processo de ensino.

Conforme a professora Simone, que também atua como diretora artística, existe a necessidade de criar uma base diferenciada, de pessoas que se interessem e aprendam as especialidades da música.

Para isso, criou o grupo Show Musical, mesclando instrumentos e vozes com estilo novo. “Não adianta trazer o que já existe, temos que pensar no diferencial.”

Outra preocupação é com a formação dos jovens. Simone tem especialização em Canto, do popular ao lírico, e preza pela renovação do canto coral.

Entretanto, dividiu as turmas por idade e respeitando o tom e o jeito de cantar de cada aluno. Segundo ela, assim é possível garantir o futuro da cultura tornando a tradição mais atrativa.

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