Frota de motocicletas ultrapassa 55 mil nos municípios do Vale

Vale do Taquari

Frota de motocicletas ultrapassa 55 mil nos municípios do Vale

Conforme pesquisa da CNT, circulação de motos cresceu 402% em 15 anos

Frota de motocicletas ultrapassa 55 mil nos municípios do Vale
Vale do Taquari

A auxiliar de produção Carla Castro, 32, comprou a primeira motocicleta há oito anos. Moradora de Lajeado, na época decidiu por um transporte mais econômico e ágil para o dia a dia, principalmente pela facilidade de encontrar vagas de estacionamento.

“Hoje não é mais tão fácil porque aumentou muito o número de motos na cidade”, afirma. O crescimento na frota de veículos de duas rodas é percebível nas ruas e foi confirmado pela pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada na segunda-feira.

De acordo com o estudo, o número de motos no país cresceu 402% nos últimos 15 anos. Em 2001, eram quatro milhões, contra 20,2 milhões registrados em 2015. O incremento é três vezes maior se comparado com o de carros, cujo aumento alcançou 134,6% no mesmo período.

Conforme dados do Detran-RS, existem 55.290 motocicletas em circulação no Vale do Taquari. Em Lajeado, mais de 12,6 mil estão registradas. Gerente de uma revenda com 37 anos de atuação no segmento, Paulo Eduardo Caye credita o avanço às mudanças no cenário econômico.

Segundo ele, até o início dos anos 2000, a motocicleta não era considerada um bem de consumo, e sim um patrimônio. “Era como comprar uma televisão, algo para quem tinha dinheiro sobrando e decidia investir em um bem durável que servia também para momentos de lazer.”

Caye ressalta as mudanças nas condições de compra dos veículos. Lembra que antigamente haviam apenas as opções de comprar à vista ou em financiamentos próprios das revendas. Hoje, existem desde consórcios, cujos juros são quase nulos, até o parcelamento por meio de financeiras e bancos.

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Negócio em expansão

Na comparação com os carros, a motocicleta apresenta menor consumo e custo de manutenção, alega. Além disso, enquanto o preço de uma moto zero-quilômetro parte de R$ 6,5 mil, o automóvel novo mais barato disponível no país custa R$ 27 mil.

Vendedor em uma loja de peças e acessórios, Pedro Picoli afirma que a tendência de queda nas vendas verificada a partir de 2014 se inverteu a partir do fim do ano passado.

Economia com responsabilidade

O santa-clarense Diego Ulsenheimer, 28, comprou a primeira motocicleta ainda na adolescência. Na época, a necessidade de um meio para se deslocar e a falta de dinheiro para comprar um carro fez ele optar pelo veículo de duas rodas.

Hoje, Ulsenheimer tem dois carros, mas continua usando a moto para o dia a dia. “É uma questão de economia. Enquanto os carros fazem 8 a dez quilômetros por litro de gasolina, com a moto eu faço mais de 35.”

A opção pela economia também fala mais alto para Irineu Paulo dos Santos, 54. Em 2008, comprou a primeira motocicleta e, mesmo com um carro na garagem, usa o veículo todos os dias. Para Santos, a escolha deve ser acompanhada de responsabilidade, uma vez que os acidentes com motos trazem consequências mais graves.

“Poucos meses depois de comprar a moto, acabei caindo e quebrando um braço”, lembra. Ao invés de abandonar o veículo, decidiu tomar mais precaução, evitando excesso de velocidade e manobras arriscadas. “Não posso colocar a minha vida e a dos outros em risco”, aponta.

Carla Castro também passou por uma colisão pouco depois de comprar a primeira moto. Para ela, a experiência não teve maiores consequências, mas serviu de alerta para adotar a direção defensiva.

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