Depois de iniciar em ritmo acelerado, a construção da quadra coberta na Escola Estadual de Ensino Médio Reynaldo Affonso Augustin parou por mais de dez dias. Segundo a direção, a empresa CTA Engenharia Associados, de Canoas, alega falta de material para continuidade do serviço. Segundo o prazo estipulado em contrato, a empresa deve concluir o projeto avaliado em R$ 474 mil até 21 de junho. A comunidade escolar aguarda, mas teme que a conclusão do ginásio não ocorra.
Faz duas décadas que professores, alunos e direção pleiteiam a obra. Em 2008, o Estado anunciou liberação de R$ 400 mil para o educandário. A escola arcou com a elaboração do projeto, mas o recurso não foi depositado. A primeira fundação foi realizada e a quadra foi construída. Faltava a cobertura. Em 2014, outro projeto foi solicitado. Houve a liberação, mas o anúncio oficial saiu no ano passado.
A professora de Educação Física, Filosofia e Sociologia Tatiane Brum leciona no Augustin faz 15 anos e não acredita na execução da obra. “A gente não acredita. Não temos certeza. Já ganhamos quadra duas vezes e não temos nenhuma. Só vamos acreditar quando estiver pronta.”
O fato de os funcionários da empresa não comparecerem ao canteiro de obras reforça a preocupação. Os problemas com infiltração e com os alagamentos em dias de chuva mostram que a meta de conclusão não será suficiente para que os estudantes usem o local até o fim do mês. “Tem toda a base com infiltração. Escorre uma água fedorenta pelo muro. Pra resolver isso, só a mobilização da comunidade, porque precisa de dinheiro.”
A vice-diretora projeta o futuro de forma positiva. Embora a obra tenha iniciado em 22 de fevereiro e tenha que terminar neste mês, acredita que será concluída. “A comunidade católica, a administração municipal e a escola estão empenhadas em resolver o problema das infiltrações. Vamos botar fé.”
Eloísa Brandão, 15, está no 2o ano do Ensino Médio e tem esperanças de jogar voleibol na quadra nova. Segundo ela, é ruim praticar Educação Física debaixo de um sol escaldante de verão e impossível em dias de chuva. Além disso, o piso escorregadio assusta. “Fico feliz que tenha saído do papel. No ano passado, um colega se machucou porque a quadra estava um pouco molhada”.
Letícia Labres, 16, diz que após dias de chuva demora para a água escoar da quadra e metade dela fica alagada. Para poder manter as atividades, as aulas são adaptadas, mas não fluem.
Saiba Mais
O projeto modelo conta apenas com a estrutura metálica nas laterais e o telhado. A escola Jacob Arnt em Bom Retiro do Sul e a Guararapes em Arroio do Meio também foram beneficiadas com o projeto do governo federal.
A Escola Reynaldo Affonso Augustin é o segundo maior educandário estadual do Vale. Hoje conta com 1.026 alunos nos turnos da manhã, tarde e noite.