BRF concede férias coletivas em julho

Lajeado

BRF concede férias coletivas em julho

Direção da multinacional confirma paralisação entre os dias 18 e 31 do próximo mês

BRF concede férias coletivas em julho
(Foto: Arquivo A Hora)
Lajeado

O aumento dos valores do insumo e a baixa comercialização de frango no mercado internacional estariam entre os motivos para as férias coletivas anunciadas pela direção nacional da BRF. Entre 18 e 31 de julho, a linha de produção de aves da fábrica em Lajeado ficará inativa. Já as atividades administrativas e o abate de suínos funcionarão normalmente no período indicado.

A informação foi confirmada ontem à tarde pela assessoria de imprensa da multinanacional, com sede em São Paulo. Conforme nota divulgada ao jornal, os funcionários que atuam no setor anunciado – cerca de 1,2 mil – terão férias coletivas nos dias indicados, “retornando às atividades na primeira semana de agosto”. A nota não comenta sobre possíveis demissões.

Tal decisão, conforme o documento da empresa, considera o processo de reavaliação e otimização do parque fabril da companhia no Brasil, em curso desde 2015. Além disso, a motivação para cessar a produção durante duas semanas também leva em conta o “ambiente econômico desafiador pelo qual atravessa o país e o nosso mercado”.

Conforme a direção da BRF, não é possível mensurar, neste momento, o volume que deixará de ser produzido no período. Além disso, a empresa ressalta que demais atividades desempenhadas pelo setor de administração vão funcionar durante as duas semanas de paralisação, pois “a BRF acredita no potencial da unidade de Lajeado, onde emprega atualmente cerca de três mil pessoas”.

Crise suspende investimentos no país

A crise econômica e a alta no preço da saca de milho – cotada acima de R$ 60 – fez a Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Santa Catarina, suspender os planos de investimento para 2016.

Segundo o presidente, Mário Lanznaster, além da instabilidade política, a queda no preço do frango, o menor consumo, a greve dos caminhoneiros e de fiscais agropecuários resultaram um recuo de 41% no resultado líquido positivo – sobras – no ano passado. De R$ 417 milhões em 2014, o melhor desempenho da história, caiu para R$ 246 milhões.

Diante desse cenário, a Aurora decidiu suspender a meta de ampliar a produção de carne de frango. “Não tem como investir.” Em julho de 2015, Lanznaster anunciou que estudava construir um frigorífico de aves para elevar os abates diários de um milhão de cabeças para 1,5 milhão até 2020.

Serão investidos só R$ 100 milhões em manutenção. Na unidade de Abelardo Luz, oeste do estado catarinense, deixarão de ser abatidos 70 mil frangos por dia devido à escassez de milho e recuo no valor pago pelo quilo da carne. Metade do quadro de funcionários entrará em férias em julho e a outra metade em setembro.

É a segunda parada só neste ano. Em fevereiro, cerca de 180 trabalhadores de linhas de produção de salsicha e espetinho pararam as atividades por 30 dias. Ao todo, a Aurora emprega 26 mil trabalhadores.

Outra empresa afetada é a Globoaves. Os 600 funcionários da unidade de Lindoia do Sul entraram em férias coletivas em maio e devem retornar em julho. Em Chapecó, a BRF deu férias de dez dias para dois mil funcionários, de um total de 5,5 mil.

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