Estradas gaúchas estão entre as piores

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Estradas gaúchas estão entre as piores

Estudo mostra mais de 2 mil quilômetros em condições péssimas ou ruins no estado

Estradas gaúchas estão entre as piores
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A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou na segunda-feira, 30, estudo anual sobre as condições das rodovias brasileiras. A entidade avaliou mais de cem mil quilômetros de estradas e aponta que o RS tem a segunda pior malha rodoviária do país, atrás apenas de Minas Gerais.

A constatação da CNT faz parte da realidade do caminhoneiro Valmir Dahmer. Com 59 anos, conhece as estradas brasileiras desde os 14, tendo passado por todos os 24 estados. “As rodovias gaúchas são um caso à parte.”

Morador de Araranguá (SC), diz que a diferença é gritante entre os dois estados. “Os perigos são maiores no RS. São muitos buracos, poucas duplicações e existem graves problemas de sinalização.”

Dahmer também reclama da falta de locais de descanso para os motoristas e dos frequentes roubos de cargas. Segundo ele, as dificuldades não fazem sentido diante da quantidade de rodovias pedagiadas no estado. “São os pedágios mais caros do Brasil e os que dão menos retorno em termos de conservação das rodovias.”

Motorista de caminhão faz 34 anos, Hugo Ulrich diz que a situação das estradas gaúchas piora a cada ano, mesmo com os pedágios. “Só servem para tirar dinheiro, pois muitas estradas sem cobrança estão em melhores condições.”

Morador de Teutônia, ressalta que o crescimento na frota de veículos não foi acompanhado por investimentos na malha rodoviária. “São mais carros, motos e caminhões cada vez maiores passando em uma estrutura deficitária. Assim, não tem asfalto que aguente.”

A constatação de Ulrich é confirmada pelo estudo da CNT. Conforme o levantamento, nos últimos 15 anos, as rodovias pavimentadas cresceram 23,2%, enquanto o número de veículos aumentou 184%. O deslocamento de passageiros rodoviários subiu 90% no período, e o de cargas 60%.

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Região destoa

As estradas do Vale do Taquari tiveram foram melhor avaliadas em relação às demais regiões do estado. A pesquisa incluiu as ERS-128, 129 e 130 e a BR-386. A pior classificação ficou com a ERS-128 (Via Láctea), e a melhor com a ERS-130.

Motorista de ônibus faz 21 anos, Emanuel Diel afirma que as rodovias da região destoam das demais. “Em alguns pontos temos problemas de sinalização, mas a malha asfáltica geralmente apresenta boas condições.”

Conforme Diel, a principal diferença são os constantes trabalhos de recapeamento realizados no Vale. Segundo ele, em outras regiões, a manutenção demora muito mais para ocorrer. “Aqui é comum vermos equipes fazendo operações tapa-buracos, algo que não ocorre em outros locais.”

De acordo com a CNT, mais de dois mil quilômetros da malha viária gaúcha estão em condições ruins ou péssimas. No Vale, apenas os 12 quilômetros avaliados na Via Láctea foram considerados ruins pela pesquisa.

Problema crescente

O levantamento da CNT mostra que a deterioração das rodovias gaúchas cresce de forma preocupante. No estudo de 2013, o estado tinha 4.035 quilômetros de rodovias em boas e ótimas condições. Em 2014, o número baixou para 2.688 e, em 2015, para 2.283.

Por outro lado, a quantidade de trechos ruins ou péssimos dobrou. Em 2013, eram 891 quilômetros, número que passou para 1.288 no ano seguinte. Em 2015, as condições das estradas pioraram significativamente e 2.111 quilômetros foram considerados ruins ou péssimos.

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