A primeira escola de Educação Infantil do bairro Pinheiros deve ser inaugurada no dia 1º de junho, segundo nova estimativa da administração. A construção da Espaço de Sonhos iniciou em 2012 e foi finalizada seis meses depois, em fevereiro de 2013, segundo placa fixada na frente do prédio. Desde lá, o complexo de 1,1 mil metros quadrados precisou passar por reformas, recebeu equipamentos e mobiliário, mas não chegou a ser usado.
O anúncio renova a expectativa dos moradores do bairro. A creche, a cerca de duas quadras de uma escola de educação básica, tinha inauguração prevista para fevereiro. A solenidade foi transferida para 20 de maio e, agora, para 1º de junho.
Ao todo, foram investidos R$ 1,7 milhão na construção, valor acima dos R$ 1,4 milhão anunciados na placa do governo federal, entre recursos da União e Executivo local. A creche terá capacidade de atender 120 crianças. Ela terá oito salas de aula, biblioteca, sala de informática, além de espaço para convivência, banheiros e refeitório.
Em matéria publicada em abril, o secretário de Educação, Marcelo Mallmann, atribuiu o atraso a ajustes necessários ao projeto, como a liberação do Corpo de Bombeiros. Além da pendência, havia a elaboração de edital para contratação de equipe para o local. Até o fechamento desta edição, a secretaria não havia se manifestado sobre o caso.
Expectativa dos vizinhos
Ainda durante a gestação de Bianca, de 1 ano de 10 meses, Camila Atkinson, 25, via na construção da escola uma alternativa próxima de casa para a educação da filha. O educandário fica a cerca de uma quadra da casa da família.
Para evitar prejuízos no desenvolvimento de Bianca, Camila aproveita as horas vagas para estimular a educação da pequena. Livros de colorir, pedagógicos e brinquedos ajudam na coordenação motora e aprendizado.
De acordo com ela, contatos feitos ainda no ano passado com o Executivo davam garantia de uma vaga para a filha no local. Sem a inauguração, Camila e o marido recorrem aos cuidados da avó de Bianca, no bairro Imigrantes. “Ainda tenho essa opção de levar ela, mas não são todos que conseguem fazer isso.”
Há quatro anos morando no local, eles acompanharam o desenvolvimento da construção da escola. O último contato com o Executivo sobre o tema foi feito em fevereiro. Na época, ela foi informada que o local estava sendo limpo para a abertura.
Na esperança de início das atividades da escola, Camila organizou as férias para período compatível com a adaptação na creche. Com a transferência de data para inauguração, a tentativa não teve o resultado esperado e ela precisará conciliar a adaptação com a rotina de trabalho.
Infraestrutura carente
Outra moradora das proximidades da escola, Fernanda Conzatti, 34, foi atraída para o bairro pela possibilidade de morar próximo à escola básica existente. Na época, ainda não havia começado a construção do educandário infantil.
De acordo com ela, desde lá, pouca coisa mudou na infraestrutura do bairro. Tanto a avenida quanto a rua onde estão construídas as duas escolas são de terra.“Em dia de chuva isso aqui é horrível, quando não é isso, tem o problema da poeira.”
Na quadra da escola infantil, foi colocada uma camada de restos de asfalto no fim de abril. A medida gera desconfiança entre os moradores quando à eficiência. Com a construção, ela também tem recebido calçadas. Em frente à creche, o serviço não havia iniciado até a terça-feira. Outro problema é quanto ao acesso para quem percorre o trecho desde a escola básica.
Segundo Fernanda, pedidos de melhorias para as principais vias públicas do bairro são feitos desde antes de ela concluir a casa e se mudar para o local, em 2014. Na avaliação dela, o início das atividades da creche é uma demanda crescente devido ao aumento de moradores. Exemplifica com o movimento diário de vans para transporte de escolares.