Uma vida transformada pelas corridas

Talentos do Vale

Uma vida transformada pelas corridas

De sedentário a maratonista: a história de Guilherme Stapenhorst, teutoniense que sonha em participar da principal maratona do mundo, em Boston (EUA)

Uma vida transformada pelas corridas
Teutônia

Um problema no ligamento cruzado do joelho mudou completamente a rotina do vendedor Guilherme Stapenhorst, 29. Acostumado a participar de competições de futebol amador pela região, ele receou complicar ainda mais a lesão e abandonou a prática em 2012.

Depois de ficar quase dois anos parado, Stapenhorst constatou que estava ficando sedentário. “Percebi a necessidade de fazer um esporte, até para a minha saúde.” Pelas redes sociais, o morador de Teutônia acompanhava o maratonista porto-alegrense, Fabrício Dhein e ficava maravilhado com as belas imagens postadas das corridas.

Então decidiu apostar nessa atividade física. Os primeiros piques foram dados em novembro de 2013 em volta da quadra onde morava com o auxílio da noiva Débora Togni. “A primeira vez que corremos não aguentamos fazer o trajeto de um quilômetro.”

Em poucas semanas, Stapenhorst começou a notar uma evolução. Tanto que em dezembro daquele ano participou da primeira rústica: a Corrida do Inter, em Porto Alegre. Ele e Debora levaram 21 minutos para completar os quatro quilômetros. “Fizemos só para completar. No fim, ganhamos uma medalha de participação. Isso acabou motivando.”

Stapenhorst passou a investir no esporte. Em julho de 2013, contratou uma assessoria esportiva. Os três treinamentos semanais se transformaram em seis. Com o acompanhamento de nutricionista, foi dos 72 quilos aos 58.

Em dezembro de 2014, o teutoniense encarou a primeira maratona. Foi uma prova noturna de Porto Alegre. Completou o trajeto de 42,195 quilômetros em 3h32min e ficou em sexto colocado na categoria geral.

Com o intuito de baixar o tempo, em 2015, Stapenhorst foi um dos 40 mil corredores a disputar a Maratona de Berlim (prova em que o queniano Dennis Kimetto bateu o recorde mundial com tempo de 2h2min57seg). O teutoniense percorreu o trajeto em 2h52min.

Última maratona de Stapenhorst foi disputada em abril, no vilarejo San Martín de Los Andes, na Argentina. Mesmo correndo entre as cordilheiras e sob uma temperatura de 4°C, o teutoniense superou a marca pessoal e terminou a prova com 2h42min.

Mais do que isso, ultrapassou um adversário nos 41 quilômetros e ficou com a quinta colocação geral e a primeira na categoria entre 20 e 29 anos.

Para Stapenhorst, o diferencial das maratonas é disputar as provas ao lado dos ídolos. “No futebol, tu não vai poder jogar com o Neymar, por exemplo. Mas na maratona tem a possibilidade de correr ao lado dos recordistas mundiais.”

Para ficar ainda mais próximo dos melhores maratonistas, Stapenhorst sonha em disputar a Maratona de Boston (prova mais famosa do mundo e segunda mais antiga da humanidade). Para isso, precisa de tempo comprovado para estar entre os 20 mil convidados a disputar a corrida de 42,195 quilômetros.

“Meu Exército foi treinar para uma maratona”

A Hora – Qual a sensação de terminar uma maratona?
Guilherme Stapenhorst – Uma realização. Diversas coisas te passam entre a saída e o momento de cruzar a linha de chegada. Então envolve muitos sentimentos. O mais difícil da maratona é o treinamento. Quanto você chega no dia da prova, está preparado para aquilo.

Inspiração?
Stapenhorst – Tem no esporte algumas pessoas que me influenciaram. Por exemplo, o Ayrton Senna. Eu sou da geração de brasileiros que acordava domingo de manhã e sabia que ele ia ganhar. Depois, olhando os filmes dele, comecei a ver a preparação. O cara era diferenciado.
Na corrida, um exemplo é o Vanderlei Cordeiro de Lima (maratonista que ganhou a medalha de Pierre de Coubertin após ser segurado na Olimpíada de 2004). A gente pensa que foi só uma seguradinha. Mas na realidade quebra completamente o ritmo. O cara seguir e conseguir concluir a prova em terceiro lugar é um exemplo.

Como era o Guilherme antes das maratonas?
Stepenhorst – Bem diferente. Meu pai sempre fala que foi para o Exército e lá aprendeu a ter disciplina. Não tive essa experiência. Meu Exército foi agora treinando para uma maratona. A sua cabeça muda completamente. Adquire uma disciplina muito grande.

Qual são os benefícios do esporte
Stepenhorst – É muito importante para a saúde e como forma de lazer. Quem pratica o esporte também tem mais disposição. Os benefícios são registrados lá na frente.

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