Lançado oficialmente na quinta-fira, 5, o Maio Amarelo teve sua primeira atividade ontem. A Travessia Segura foi realizada por cerca de 30 crianças de 6 a 12 anos, que receberam orientações a respeito de sinalização e comportamento como pedestres.
Após ouvirem a explicação do Agente de Trânsito, as crianças caminharam pelo centro de Lajeado distribuindo panfletos aos moradores. O mês de maio foi escolhido para a realização de uma série de atividades com o objetivo de reduzir as mortes no trânsito.
De acordo com o agente Paulo Andres, ações como essas ajudam a conscientizar não só as crianças, mas também os adultos. “Elas levam o que aprendem para a família e acabam cobrando dos pais e os adultos que ficam mais atentos.”
Pelo terceiro ano, o Maio Amarelo é realizado em Lajeado. Segundo o coordenador de Trânsito do município, Euclides Rodrigues, nesta edição as atividades serão concentradas na conscientização dos pedestres. “Nós analisamos que os pedestres têm tido um mau comportamento no trânsito, atravessando a rua no lugar errado e no momento errado”, justifica.
Além da conscientização dos pedestres, o Maio Amarelo também terá atividades para reduzir o número de acidentes na cidade. No ano passado, as colisões totalizaram 1,03 mil. Dessas, 120 tiveram lesões físicas. As ações também visam os carros. “No ano passado, fizemos o Dia Sem Carro, que acabou não tendo muita adesão porque nosso transporte público é ruim. Então em 2016 vamos fazer o Dia da Carona” adianta Rodrigues.
De acordo com o coordenador, o hábito da carona, que nasce como experiência, será algo necessário na cidade em poucos anos. “Dentro de três ou quatro anos, nós teremos tantos carros e as vias serão as mesmas, que vai ficar impossível transitar”, afirma.
Entre as atividades previstas para os motoristas, está a chamada Balada Segura Educativa, na qual os condutores receberão orientação sobre a legislação de trânsito. O objetivo é que a ação continue durante o ano. As atividades ocorrem até o dia 28 e a programação completa está disponível no site da prefeitura.
Transporte público ainda não é alternativa
O grande número de veículos individuais em contrapartida com vias sem capacidade de suportá-los é um problema recorrente em diversas cidades do país e do mundo. A alternativa é incentivar o transporte público e o uso de ciclovias.
Segundo Rodrigues, ainda será difícil convencer os lajeadenses a deixarem o carro em casa. Um dos motivos na sua avaliação é a relação “umbilical” do brasileiro com o carro. Porém, ele também reconhece que a cidade não proporciona um transporte público qualificado.
“O transporte urbano nós não podemos recomendar porque não é bom, temos consciência disso”, ressalta. Por isso, o incentivo à carona deve se tornar uma bandeira do departamento ainda neste ano. Rodrigues adverte que, se não diminuir o número de carros, o trânsito da cidade corre risco de entrar em colapso em, no máximo, quatro anos.