A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) arrecadou, de janeiro de 2015 até março de 2016, mais de R$ 40 milhões nas três praças de pedágio da região.
Nesse período, a autarquia criada no governo passado usou cerca de R$ 29 milhões do montante em manutenções e obras nas rodovias ERS 130, 129 e 453. Líderes regionais cobram mais investimentos na duplicação de vias e na segurança dos trevos de acesso.
A próxima reunião entre direção da EGR e o Corepe do Vale do Taquari ocorre no início de junho. Jonas Calvi, vereador de Encantado, é o presidente do conselho regional. “Queremos levar a eles nossas principais demandas. Principalmente, retomar o pedido de duplicação das ERS-130 e ERS-129. Hoje, ela não está nos planos da empresa.”
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para a construção da nova pista entre Venâncio Aires e Muçum foi todo custeado pelos municípios lindeiros. O documento foi entregue ao Daer e à EGR. No entanto, segundo Calvi, o processo está “estacionado” dentro dos gabinetes da empresa pública. “Na última reunião com a direção da EGR, o projeto estava literalmente parado.”
A proposta de duplicação, em tese, resolveria uma série de gargalos do trânsito na região. Entre eles, o trevo de acesso da BRFoods, em Lajeado, que interliga os bairros São Bento e Moinhos. Lá, também existe uma proposta de construção de uma passagem sob a pista da ERS-130, nas proximidades da rua Carlos Spohr Filho.
Outro gargalo que passaria por reformas em caso de duplicação é o trevo de acesso Arroio do Meio. A rótula interliga o centro com os bairros Bela Vista e Rui Barbosa e o distrito de Forqueta. O entroncamento também dá acesso à VRS-482. No local, é comum a ocorrência de engarrafamentos entre 17h30min e 19h.
Novas prioridades
O presidente do Corepe aguarda contato dos municípios do Vale para encaminhar novas demandas à direção da EGR. Segundo Calvi, os prefeitos foram informados da necessidade de reencaminharem suas prioridades. “Pedimos que todos entreguem tais documentos até dia 15 de maio. Após, vamos compilar os dados e encaminhar aos representantes da empresa.”
Além disso, a intenção do Corepe é seguir pressionando para que a autarquia estadual atenda as demandas já encaminhadas anteriormente pelos representantes da região. Entre elas, a duplicação da Via Láctea (ERS-128), entre o trevo com a Rota do Sol e o entroncamento com a BR-386, em Teutônia.
Calvi também atenta para a necessidade de cobrar rapidez nas obras já iniciadas em Encantado e Boa Vista do Sul. No primeiro município, a EGR trabalha na construção de rotatória no entroncamento da ERS-129 com a ERS-332, e de uma rua lateral no bairro Santa Clara, na ERS-129. Ambos projetos totalizam R$ 2,38 milhões e estão atrasados.
“O prazo de entrega era setembro do ano passado”, reclama o presidente. Segundo ele, implosão de rochas, adutoras da Corsan e redes de esgoto sobre a rodovia foram alguns motivos para o atraso. Também houve um mandado de segurança solicitado por um proprietário de área lindeira, esse já resolvido entre o cidadão e a empresa pública. Em Boa Vista do Sul, a remodelação do trevo pela ERS-453 custará cerca de R$ 800 mil.
Reformulação da EGR e tarifas
Sobre o projeto de reformulação da estatal, aprovado pela assembleia legislativa nesta semana, Calvi vê boas perspectivas para a região. “Acho que a decisão de diminuir o número de conselheiros de 13 para até sete foi acertada. O Banrisul, por exemplo, só possui sete. É uma forma de economizar”, comenta, afirmando ainda que o Corepe não deve perder representatividade.
Ele também enaltece o fato da EGR ter direito de tomar empréstimos e realizar obras de grande porte, como duplicações, pontes e viadutos. Por fim, o presidente do Corepe acredita em aumento de tarifa nos próximos meses. “Já são três anos sem reajuste. Acredito que isso será informado por eles na próxima região.”
