Corte de árvores na orla provoca reação

Lajeado

Corte de árvores na orla provoca reação

Município retira dez nativas e quatro exóticas como forma de recuperar belvedere

Corte de árvores na orla provoca reação
Lajeado
oktober-2024

Servidores da Administração concluem hoje o corte de 14 árvores da orla do Rio Taquari. O serviço iniciou nessa quarta-feira, como parte do projeto de recuperação dos belvederes da rua Osvaldo Aranha.

Parte do entorno da área de corte foi isolada por tapumes. A decisão foi tomada no mês passado, após definição da Secretaria de Meio Ambiente. Segundo o coordenador de Licenciamento Ambiental, Jean Tasca, a medida pretende evitar danos ao calçamento e fiação.

Das 14 árvores cortadas, dez eram nativas (paineiras). Além delas, foram cortados espécies exóticas, como um eucalipto, uma uva japonesa, um cinamomo e um fícus. De acordo com o coordenador, a compensação será o replantio de 150 unidades. Conforme Tasca, até agosto, as mudas serão plantadas em espaços públicos

O coordenador salienta o crescimento rápido e porte atingido pelas paineiras. Entre os exemplares cortados, a maior chegava a 18 metros de altura. Pelas características de desenvolvimento e raízes, afirma, elas são consideradas impróprias para compor a mata ciliar. “Sendo área ribeirinha não é a espécie correta. Com elas, podemos ter mais prejuízos que benefícios.”

Tasca reforça o risco de danos causados pela espécie. Segundo ele, a queda de uma paineira, há cerca de três anos, agravou a erosão de trecho da Osvaldo Aranha, próximo à escola Risque e Rabisque. A situação obrigou a reformas da pista e chegou a deixar parte da via interditada. Novos cortes de árvores da barranca do Taquari não estão previstos, diz o coordenador. De acordo com ele, apesar da existência de outras paineiras no local, só foram retiradas as árvores nativas próximas dos belvederes.

Entidades favoráveis

Representante da Associação de Moradores do Centro e do Comitê Gestor do Centro Histórico, Ítalo Reali é favorável à iniciativa. De acordo com ele, a existência de árvores de grande porte é prejudicial e oferece risco ao local.

Para Reali, o entorno do rio necessita de limpeza, onde sejam mantidas espécies que facilitem a visualização do rio e vegetação rasteira. “Se tem uma série de árvores que não são próprias para este local. Este trabalho está sendo feito com aval técnico.”

De acordo com o presidente, uma avaliação técnica sobre a vegetação da orla colabora com a proposta de melhorias do bairro. Quanto às críticas geradas nas redes sociais com o corte, Reali salienta a participação e aval das entidades nas discussões sobre as mudanças no local.

Nesta terça-feira, 10, os integrantes do Comitê debatem a possibilidade de reformas de prédios na Área de Proteção Ambiental (APP), na extensão entre os arroios Saraquá e Engenho. A medida é uma reivindicação antiga do órgão.

Relembre

Outro caso que gerou comoção nas redes sociais foi o corte de 18 árvores na Praça João Zart Sobrinho, no fim de abril. Na época, mesmo que o trabalho tenha sido solicitado pela Associação de Moradores do Bairro Americano, a ação sofreu críticas de vizinhos do espaço público. Com a repercussão, o corte chegou a ser paralisado por duas semanas.

Na rede

O pessoal do Meio Ambiente são de origem de lenhadores… árvore crescida, serra nelas. Isto é revitalizar. Ridículo.

Aristides Voltaire Mello Tavares

Gente, como podemos mudar os critérios? O que precisamos fazer para mudar isso? Do jeito que anda precisamos mesmo fazer algo organizado! Senão vão decidir tirar todas as árvores da cidade. Absurdo o critério!

Caroline Bucker

Quando deveriam plantar… cortam.

Rosani Martins Curvelo

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