Judiciário definirá futuro da Hollmann

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Judiciário definirá futuro da Hollmann

Plano foi aprovado por 51% dos credores. Instituições bancárias rejeitaram proposta

Judiciário definirá futuro da Hollmann
Vale do Taquari
oktober-2024

A terceira assembleia para discutir o pagamento do débito da Laticínios Hollmann com credores encerrou sem definição.

A Caixa Econômica Federal e o Bradesco que representam quirografários com mais créditos a receber votaram contra o plano. O Sicredi se encaixa na mesma categoria e junto com fornecedores e ex-funcionários aceitou a proposta, totalizando 51%.

O processo foi encaminhado à juíza da 1ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia que optará entre a falência ou recuperação judicial. Advogado da empresa acredita em posicionamento favorável da Justiça. Para quitar os mais de R$ 9 milhões em dívidas com três categorias de credores, foram necessárias três assembleias.

A primeira, realizada em março, foi suspensa por falta de credores habilitados por categoria. No segundo encontro, durante simulação, a Caixa demonstrou insatisfação com o plano e pediu prazo para rediscutir contrapropostas. Na terceira assembleia, a instituição bancária teve voto em duas classes e junto com o Bradesco rejeitou o plano, representando 48,97% dos credores.

O Hollmann ofereceu pagamento da dívida em dez anos. A mesma proposta foi apresentada aos fornecedores com mais de R$ 10 mil em créditos. Os habilitados com até R$ 5 mil devem receber parcelas de R$ 500 a cada três meses.

Os ex-funcionários ficaram com a promessa de receber em até um ano os valores referentes a encargos trabalhistas. Para as três categorias, os advogados pediram um ano de carência. A expectativa é alugar a planta industrial ou retomar as atividades para girar capital.

Hollmann deve R$ 24 milhões

Desde o apontamento na 5ª fase da Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público, em 2014, a Laticínios Hollmann acumulou dívidas. Os advogados da empresa negam que o declínio da empresa seja por isso. Segundo Arvidt Froemming, a direção sentiu o impacto da instabilidade econômica e que as amostras coletadas não comprovaram adulteração no leite.

Conforme o administrador da recuperação judicial, João Medeiros Fernandes Júnior, o processo aponta dívida total superior a R$ 24 milhões, referentes a encargos estaduais e federais. A empresa que chegou a processar 60 mil litros de leite UHT e queijo foi obrigada a interromper as atividades até atender as exigências da Vigilância Sanitária.

Em 2015 reabriu, mas não teve força para continuar no mercado e pediu recuperação judicial. A primeira assembleia foi adiada a pedido da direção da empresa após incêndio que consumiu 40% da fábrica.

Como votaram

Classe 1 (composta pelos trabalhadores) – Houve aprovação em 100%, por meio da representação de único credor.

Classe 2 (fornecedores) – Dos três representantes, dois foram favoráveis e apenas a Caixa foi contra, com crédito estimado em mais de R$ 2,3 milhões. O voto representou 57,38% dos créditos habilitados na categoria.

Classe 3 (garantia real) – Dos 84 credores presentes, 61 aprovaram, 20 se abstiveram e três representantes (Caixa com dois votos e Bradesco) rejeitaram.

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