Mesmo com os protestos do bloco de situação, o nome do mineiro Antonio Anastasia (PSDB) foi confirmado como relator do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, na comissão especial do Senado.
A comissão será presidida por Raimundo Lira (PMDB/PB) e os prazos para a apresentação do relatório e a posterior votação também já foram definidos. O tucano Anastasia tem até o dia 4 de maio para apresentar seu relatório, que deverá ser votado no dia 6.
O bloco governista apresentou duas questões de ordem nas quais questionavam a isenção de Anastasia, e de qualquer membro do PSDB, para relatar o processo. Lira, porém, não acatou o pedido e o tucano foi confirmado na relatório. Um novo recurso foi apresentado pelas senadoras Vanessa Grazziotin (PcdoB/AM) e Gleisi Hoffmann (PT/PR), mas o plenário da comissão manteve a decisão do presidente.
A comissão volta a se reunir amanhã, quando serão analisados os requerimentos apresentados pelos senadores. Na quinta-feira, serão ouvidos os autores do processo contra Dilma, a qual terá espaço para a defesa no dia seguinte, sexta-feira, 29.
Os próximos passos
A partir de agora, o processo de impeachment deve ter um andamento mais rápido do que na Câmara de Deputados. Ainda nesta semana, acusação e defesa apresentam seus argumentos à comissão, para em seguida o relatório ser apresentado e votado. Caso aprovado o relatório, o processo vai para a apreciação do plenário da casa onde a maioriasimples determinará a continuidade do mesmo.
A previsão é que até o dia 11 de maio o Senado vote a continuidade ou não do processo. Caso aprovado, Dilma se afasta imediatamente por até 180 dias para se defender, até a sessão das duas casas que será comandada pelo presidente do STF Ricardo Lewandowski.
Quem comanda
Raimundo Lira
O paraibano Raimundo Lira (PMDB) foi eleito em 2010 como suplente na chapa de Vital do Rêgo Filho, do mesmo partido. Ocupou a vaga em 2014 após o titular assumir como ministro do Tribunal de Contas da União. Escolhido para presidir a comissão, o economista de 72 anos já declarou estar tranquilo em relação ao andamento dos trabalhos. Até agora o senador não declarou posição sobre o processo de afastamento de Dilma.
Antonio Anastasia
Vice-governador de Minas Gerais na chapa de Aécio Neves em 2006, o mineiro Antonio Anastasia chegou ao cargo de governador do estado na eleição de 2010. Quatro anos depois, seguiu os passos de seu antecessor e concorreu ao Senado, e tal qual Aécio, foi eleito. Sua indicação para a Comissão de Impeachment do Senado é parte da estratégia dos tucanos de terem técnicos atuando diretamente no processo de cassação de Dilma Rousseff, e a especialização em direito de Anastasia atende ao critério traçado pelo líder do partido na casa Cássio Cunha Lima. A partir de agora, o advogado mineiro tem dez dias para apresentar seu relatório para a apreciação.