Uma descarga elétrica provocou a morte do agricultor Juliano Bertol, 34, na manhã desse sábado, em Linha Caçador. O homem trabalhava no galpão, por volta das 7h, quando um raio atingiu o local.
De acordo com conhecidos, ele, a mulher e a mãe haviam terminado de ordenhar as vacas e estavam nas proximidades do resfriador de leite, esperando a tempestade passar quando houve a descarga elétrica. A família relata que houve um clarão e em seguida o homem caiu desacordado.
A mulher e a mãe partiram em busca de ajuda. Bertol foi socorrido e levado para o Hospital São João Batista, mas chegou morto. O sepultamento ocorreu às 17h de domingo, no cemitério da comunidade.
No Vale do Taquari, a morte de pessoas em decorrência de descargas elétricas não é comum. Não há informações de casos como o de sábado. Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre o ano 2000 e 2013, ao menos 125 mortes foram provocadas pelo fenômeno em todo o território brasileiro, a grande maioria no campo.
Segundo o Inpe, o RS tem a maior concentração de raios em proporção no país. São 18 por quilômetro quadrado a cada ano. Forquetinha lidera o número de descargas elétricas por quilômetro quadrado no estado: 16,13. Em seguida, aparece São Pedro do Butiá, com 16,07.
Na região, incidentes nas propriedades rurais são comuns. Osmar Pfingstag, de Cruzeiro do Sul, registrou a morte de três novilhas prenhas em novembro de 2013. Elas estavam embaixo de uma árvore quando receberam a descarga. O produtor encontrou os animais mortos, um ao lado do outro, em um mato no meio do potreiro. As perdas passaram de R$ 10 mil.
Saiba mais
O raio é um fenômeno natural também chamado popularmente de relâmpago. É uma descarga elétrica ou descarga atmosférica que ocorre entre nuvens ou entre a nuvem e a terra. A intensidade pode variar de 20 a 40 mil amperes, mil vezes a de um chuveiro. Pode atingir 30 mil graus celsius, seis vezes mais do que na superfície do sol.
Como proceder em caso de tempestade
• O local mais seguro quando acontece uma tempestade é dentro de um automóvel. O raio não consegue penetrar na estrutura metálica.
• O lugar mais perigoso é em um descampado, especialmente perto de um objeto ou estrutura metálica, como uma torre de antena de celular, ao lado de um automóvel ou perto de uma cerca.
• O risco de ser atingido por um raio é grande perto de uma árvore, na água ou na orla da praia.
• Quem mora em prédio está mais seguro do que quem reside em casa. Nesse caso, as pessoas devem evitar tomar banho com chuveiro elétrico. Em casa, não use telefone com fio, não fique perto de tomadas, canos, janelas e portas metálicas e nem toque em equipamentos ligados na rede elétrica.
• Ao ar livre, evite segurar objetos metálicos longos como varas de pesca, empinar pipas, andar a cavalo, nadar ou ficar em grupo
• Pequenas construções (tendas, barracos, celeiros), veículos sem cobertura e árvores oferecem riscos e não protegem. São locais de grande risco topos de morros e prédios, áreas descampadas, estacionamentos, cercas de arame, torres e árvores isoladas.