“Até 2020, cada galinha produzirá 500 ovos em 100 semanas”

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“Até 2020, cada galinha produzirá 500 ovos em 100 semanas”

ISA-Hendrix aumenta vida produtiva da ave em até cem semanas de idade. Meta da empresa de genética é alcançar a produção de 500 ovos por ave, num ciclo de 700 dias de idade, sem mudança forçada.

“Até 2020, cada galinha produzirá 500 ovos em 100 semanas”

Jeroen Visscher, geneticista faz 18 anos e responsável por todas as linhagens de poedeiras no mundo distribuídas pela empresa, afirma que o melhoramento animal tem sido fundamental nos últimos 60 anos para ampliar a produtividade. “Nossa meta é chegar à produção de 500 ovos por lote alojado em cem semanas. Em 1970 essa quantidade chegava a 250 unidades em 85 semanas.”

Tudo é feito por meio de um programa genético que precisa ser bem balanceado para manter o desempenho das linhagens, o que permite ao produtor ter aves de alta performance e, assim, estender o ciclo de produção.
O geneticista holandês visitou a granja Cageri, de Lajeado, para apresentar as tendências de mercado.

A Hendrix Genetics, com sede na cidade de Boxmeer – Holanda, é uma empresa líder em desenvolvimento genético primário de múltiplas espécies: aves de postura, perus, suínos, peixes e crustáceos. Oferece expertise e recursos para os produtores em mais de cem países, com operações e joint ventures em 24 nações e mais de 2,5 mil funcionários no mundo todo.

A Hora – Como é feita a escolha das linhagens?

Jeroen Visscher – Dentro de uma linha de animais, são sempre escolhidos os dez melhores exemplares. Aqueles com as melhores características – produtividade, viabilidade, comportamento, qualidade interna do ovo, da casca e a cor dela, além do consumo de alimentos. Com ajuda da tecnologia de informática, os dados de cada indivíduo são pesquisados e os melhores machos serão utilizados para se fazer o cruzamento e chegar à linhagem de descendentes que se busca obter. Em 1970, as aves produziam 250 ovos por ciclo (85 semanas). Até 2020, a nossa meta é produzir 500 ovos num ciclo de cem semanas sem fazer a muda forçada. É pelo melhoramento genético que alcançamos isso. Obter produtividade aliada a uma qualidade de casca significa dizer que a ave terá condições de esticar seu período de postura, nunca esquecendo também de cuidar da ambiência e da alimentação do plantel.

Este trabalho ajuda a aumentar a durabilidade do produto nas prateleiras?

Visscher – Geneticamente se trabalha a qualidade da casca. Ela é formada por paliçadas de cálcio. Nesses, existem poros e eles interferem com o intercâmbio de gases da parte interna com a externa do ovo. Pela genética, se consegue uma melhor uniformidade dessas paliçadas. Com a melhora da altura do albume, parte transparente do ovo, com certeza conseguimos aumentar em muito a durabilidade dos ovos nas prateleiras e teremos mais tempo para que o produto chegue ao consumidor final sem correr riscos de perdas, por exemplo quando exportamos o produto de um continente ao outro.

Como incentivar o consumo?

Visscher – É preciso trabalhar o marketing. A população vai crescer – eles precisam de um produto, de uma proteína que seja de baixo custo, totalmente nutricional como a do ovo. Ele é tão nutritivo que é capaz de produzir um pintinho. Já ficou comprovado que o colesterol do ovo não fica retido no sangue nem no organismo. Muito pelo contrário – comer um ovo por dia lhe mantém afastado do médico, diz um ditado americano. O produto é saudável e pode ser consumido em todas as fases da vida – criança, jovem, adulto e idoso – a propaganda será fundamental para elevar o consumo – destacar as qualidade nutricionais e saudáveis. O ovo não tem restrições religiosas como a carne suína e bovina. É um alimento fantástico – delicioso e nutritivo.

Perfil

Visscher se formou em 1997 como master scientist em Reprodução & Genética Animal na Universidade de Wageningen. É geneticista sênior, trabalha no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento P & D do Grupo Hendrix Genetics na Unidade de Negócio das Poedeiras ISA.

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