Maestro reconhecido no mundo é atração na Convenção da CDL

Lajeado

Maestro reconhecido no mundo é atração na Convenção da CDL

Interprete de Bach, João Carlos Martins palestra em 23 de junho

Maestro reconhecido no mundo é atração na Convenção da CDL

A 16ª Convenção da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) trará no dia 23 de junho o maestro João Carlos Martins – conhecido mundialmente pela trajetória de superação. Martins palestra sobre o tema “Tocando uma empresa” no Clube Tiro e Caça (CTC).

O maestro é reconhecido por participar de projetos sociais que envolvem plateias que têm pouco acesso à cultura erudita, mesclando entre músicas clássicas e populares. Neste ano o tema da convenção é “O amanhã se faz agora. Você está preparado?”

O evento será inspirado nos desafios que os empreendedores enfrentam em tempos de crise financeira. Aos 75 anos, João Carlos Martins é tratado como o maior pianista brasileiro de todos os tempos. Gravou a obra completa de Bach para teclado e teve a história registrada no documentário franco-alemão Martins Passion.

Foi destaque na revista New York Magazine e no Boston Globe que ressaltaram o talento do pianista, colocando-o como um dos mais entusiastas intérpretes de Bach, depois do legendário Glenn Gould.

Os ingressos podem ser adquiridos na sede da CDL Lajeado, na rua João Batista de Mello, 361 – sala 101/B. O primeiro lote já foi todo vendido. Custa R$ 155 para associados e R$ 170 para demais interessados.

Biografia

João Carlos foi incentivado pelo pai, que era aficionado por piano, mas teve o dedo polegar decepado por um prensa onde trabalhava, transferindo o sonho para o filho. O maestro queria ser pianista e começou os estudos ainda na infância, quando ganhou o primeiro piano.

Aos 8 anos, venceu um concurso por executar obras de Johann Sebastian Bach. Chamou a atenção da crítica musical. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para o Recital Prêmio nos EUA.

Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e inaugurou o Glenn Gould Memorial em Toronto. Em 2001, gravou o álbum Só para Mão Esquerda, escrito para Paul Wittgenstein que perdeu o membro direito na I Guerra Mundial.

“A música salvou minha vida”

Martins é uma história viva de superação. Em 1965, em um jogo de futebol, teve uma queda que perfurou o braço direito na altura do cotovelo. O acidente atrofiou três dedos. Tocou com dificuldade até os 30 anos. Entre 1979 e 1985, gravou as dez primeiras obras de Bach. Em 1995, foi assaltado na Bulgária. Sofreu um golpe na cabeça. Teve sequelas e perdeu os movimentos das mãos.

Com a palavra, o maestro

A Hora – O tema “Tocando uma empresa” é curioso. Como se pode relacionar a música ao trato com uma empresa?

Maestro João Carlos Martins – A música, uma orquestra, assim como uma empresa, precisa que todos os setores estejam alinhados. Não tem como uma música sair perfeita sem que todos realizem sua função com maestria e dedicação.

A sua história de superação é inspiração. Quais os momentos mais difíceis em que pensou que não conseguiria seguir adiante e o que fez vencer a desesperança? 

Maestro – Sempre digo que seria pouco dizer que a música me ajudou nos momentos mais difíceis. Prefiro afirmar que a música salvou minha vida. Quando os médicos disseram que eu não poderia mais tocar nem com a mão esquerda nem com a direita, aquilo parecia um pesadelo. Mas sonhei com o maestro Eleazar de Carvalho, que me recomendou estudar regência. Depois daquele sonho, no dia seguinte, o maestro Júlio Medaglia me deu a primeira aula de regência. Eu já tinha 63 para 64 anos. No início, foi devastadora a interrupção da carreira como pianista, mas o que prevaleceu foi o amor à vida e antes de tudo o amor à música.

Bach viveu em uma terra assolada por epidemias e guerras. Isso teve algo a ver pela escolha de relembrar as obras dele?

Maestro – Minha professora era de piano clássico. Escolhi Bach depois de vencer o Concurso Nacional da Sociedade Bach de São Paulo após seis meses de estudo. Depois disso, Bach e a música ficaram na minha vida.

Os projetos sociais que levam a música erudita ao povo que tem pouco acesso a ela dizem respeito a uma vontade pessoal? Por que é preciso quebrar esse paradigma que existe entre o erudito e o popular?

Maestro – É algo pessoal também. É uma vontade e sonho que tenho, de democratizar a música clássica em todo o país. Nos concertos da Bachiana Filarmônica Sesi-SP, sempre procuramos oferecer um espetáculo com obras que vão do erudito ao popular para aproximar e dar ao público uma noção diferente, que não há uma distância grande entre os estilos.

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