Colégio promove semana de prevenção à violência

Lajeado

Colégio promove semana de prevenção à violência

Iniciativas fazem parte do programa Cipave

Colégio promove semana de prevenção à violência

Alunos, pais, professores e funcionários da escola Érico Veríssimo realizam na próxima semana uma ação de prevenção ao uso de drogas, violência e outros temas ligados ao dia a dia dos jovens.

A iniciativa faz parte do programa Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave), que identifica vulnerabilidades de cada comunidade e organiza iniciativas diante de cada demanda. O evento começa na próxima quarta-feira, 27, e encerra no dia 3 de maio.

De acordo com a diretora do colégio, Denise Sandri Labres, serão realizadas palestras com temas como bullying, sexualidade, exploração sexual, maioridade penal, segurança pública, entre outros, sempre com a participação de autoridades e especialistas nos assuntos.

A abertura do evento terá a presença do juiz Luis Antônio de Abreu Johnson, chefe do Fórum de Lajeado. Também será realizada uma palestra dedicada aos pais e responsáveis. Ministrada pelo promotor Sérgio Diefenbach, a apresentação tratará sobre o papel da família na construção dos valores dos jovens.

Conforme a diretora, a iniciativa surgiu a partir da criação da Comissão do Cipave, exigida por lei criada em 2012 pela hoje primeira-dama, Maria Helena Sartori. O grupo é composto por alunos, pais, professores, funcionários e representantes da direção.

A comissão passou a debater os principais problemas existentes na comunidade escolar. Após o diagnóstico, foram definidos os temas e a forma com que serão trabalhados. Segundo Denise, a maioria das preocupações é sobre casos de violência e uso de drogas do lado de fora da escola.

“Existem problemas dentro do colégio, mas solucionamos boa parte dos conflitos com iniciativas como a criação de um esquadrão antibullying e o diálogo com os envolvidos”, ressalta. Na semana Cipave, a intenção é alcançar o maior número de pessoas da comunidade para que as estratégias não fiquem restritas ao espaço do colégio.

Alunos como protagonistas

Uma das intenções do Cipave é trabalhar o protagonismo juvenil. O engajamento dos alunos é incentivado por meio da participação nos comitês e nos debates sobre ações a serem desenvolvidas e os temas abordados.

De acordo com a presidente do grêmio estudantil da Érico Veríssimo, Agatha Daniele Chaves, o evento trabalha parâmetros sociais relevantes dentro e fora do âmbito escolar. “Debater temas como feminismo, orientação sexual e sexismo, por exemplo, ajuda a combater os problemas relacionados a esses assuntos.”

Para Agatha, as instituições de ensino devem desempenhar um papel fundamental em uma sociedade carente de revoluções e conhecimento. “Afinal, somos uma escola ou um centro de treinamento para o vestibular e o Enem?”

Segundo ela, além do envolvimento no Cipave, o grêmio estudantil também organiza debates por meio das redes sociais sobre política e assuntos contemporâneos. O próximo a ser realizado abordará a crise institucional brasileira e o processo de impeachment, com mediação de professores de História.

“Precisamos acreditar nos jovens”

06_AHORA

A Hora – Qual a colaboração do Cipave para as comunidades escolares?

Greicy Weschenfelder – Esse é um projeto que nasceu em Caxias do Sul, em 2009, e foi instituído no RS por lei, criada em 2012 pela hoje primeira-dama, Maria Helena Sartori. Surge da necessidade de fazer alguma coisa diante do que ocorre na sociedade, como aumento dos índices de criminalidade e o consumo de drogas. A ideia é ver qual o problema de cada escola e trabalhar os assuntos com as comunidades.Em uma escola no interior, por exemplo, trabalhou-se a questão do trânsito, pois a escola fica em uma rótula onde é perigoso atravessar e as crianças não ficavam na parada para aguardar o ônibus. Por meio do programa, reunimos a comissão e definimos uma estratégia. Chamamos as autoridades para falar com pais e alunos, organizamos palestras e a escola encontrou um grafiteiro para pintar a parada de ônibus com o símbolo do Cipave, uma centopeia, e outras imagens. Hoje, os alunos querem ficar na parada, porque ficou bonito. Isso emociona.

Como está a adesão das escolas ao projeto?

Greicy – Hoje, os 88 colégios estaduais da nossa região fazem parte do projeto. Cada uma com sua especificidade. Em Cruzeiro do Sul, por exemplo, a escola São Rafael, estabeleceu todo um plano de ação voltado ao Cipave. Na Érico Veríssimo, em Lajeado, teremos uma semana dedicada ao projeto. Em Taquari, o programa pedagógico deste ano é sobre o Cipave, então, foi produzido um caderno sobre o projeto e entregue para cada professor. Ontem (terça-feira), estive em Encantado e, para minha surpresa, os pais querem todos integrar o projeto. Tenho relatos de todas as escolas, sempre muito positivos.

O Cipave incentiva o protagonismo dos jovens e tem forte participação dos grêmios estudantis. Qual foi a estratégia para garantir a adesão dos alunos?

Greicy – Geralmente quando se fala em protagonismo dos jovens se foca apenas nas palavras. Nossa intenção é partir para a ação. Propusemos uma reunião com os grêmios estudantis e muitas pessoas diziam que eles não viriam, ou que seriam cinco ou dez pessoas. Para nossa surpresa, a sala ficou lotada e tinha pessoas nos corredores. Isso mostra o interesse. Precisamos acreditar nos jovens. Muito depende do estímulo que eles recebem. Nós demos duas tarefas na reunião para os alunos desenvolverem quando voltarem à escola, sempre em parceria com a direção. Uma é desenvolver um ação Cipave e a outra uma ação de combate à dengue.

Existe uma preocupação em aproximar os pais das escolas por meio do Cipave?

Greicy – Nossa intenção não é apontar o dedo e cobrar as ausências anteriores ou exigir maior participação, e sim mostrar que essas ações também fazem bem a eles mesmos. A estratégia antiga, de trazer o palestrante para a escola uma vez apenas, e ele somente falar para os pais e alunos, não funciona. Da mesma forma, um projeto de leitura que dura por dois meses não é suficiente para criar o gosto pelos livros. O mais do mesmo não resolve.

Acompanhe
nossas
redes sociais