Senadores protocolam pedido de novas eleições

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Senadores protocolam pedido de novas eleições

Proposta estaria em andamento desde março

Senadores protocolam pedido de novas eleições

Grupo de 33 senadores protocolou ontem a noite uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pedindo a realização de novas eleições para o dia 2 de outubro.

A votação ocorreria para a escolha de presidente e vice. O movimento foi liderado pelos senadores Paulo Paim (PT/RS), Cristóvam Buarque (PPS/DF), João Capiberibe (PSB/AP) Randolfe Rodrigues (Rede/AP) e Lídice da Mata (PPS/BA).

De acordo com João Capiberibe (PSB/AP), o grupo vem articulando a proposta há cerca de dois meses, porém, as adesões cresceram nos últimos dias. O senador afirma ainda que conta com representantes de todos os partidos, a exceção do PMDB. Na avaliação dos proponentes do pedido, a eleição seria a melhor saída para a crise política do país.

Capibaribe entende que a presidente Dilma Rousseff não tem mais condições de governar, no entanto, a alternativa de Michel Temer seria tão ineficaz quanto, diz o senador. “O vice não tem legitimidade assim como a presidente. Hoje 58% da população quer a saída de Temer” justifica.

Apesar de já prever uma data de eleição, a PEC não tem prazo para ser votada. Os proponentes esperam o apoio popular para acelerar o processo.

Oposição lança nomes para comissão

Mais apressados que o bloco governista, os opositores de Dilma indicaram ontem os senadores que vão concorrer à comissão de impeachment no Senado. Com a leitura do processo feita pelo presidente da casa, Renan Calheiros, os blocos têm até 48 horas para fazer suas indicações visando a composição da comissão. Essa terá 21 membros que decidirão sobre a continuidade do pedido de afastamento de Dilma.

Por margem estreita, os senadores resolveram que as indicações de candidatos seria feita pelos blocos políticos da casa e não pelos partidos. O bloco de oposição, formado por PSDB e DEM, escolheu os tucanos Cássio Cunha Lima, Aloysio Nunes e Antonio Anastsia, mais o democrata Ronaldo Caiado para concorrer.

As indicações de Aloysio e Anastasia foram a forma encontrada pelo PSDB de ter juristas especializados em sua trincheira. Apesar da conhecida posição dos parlamentares a favor do prosseguimento do processo, a assessoria do líder tucano Cunha Lima negou qualquer articulação com o vice-presidente Michel Temer para um eventual governo do peemedebista. O PMDB é a única legenda não reunida em bloco político no Senado. Mesmo assim, terá mais indicados à comissão, com cinco senadores.

Enquanto a oposição tem pressa no procedimento, o bloco de situação, formado pelo PT e PDT, só indicará os escolhidos para a comissão na sexta-feira, 22. Muito disso se dá em razão da divisão dos pedetistas, que têm senadores, como o gaúcho Lasier Martins, contrário ao governo. O presidente da legenda, Carlos Lupi, garantiu que irá expulsar parlamentares que votarem a favor do impeachment.

Além dos votos de seu bloco, a situação também espera angariar apoios no bloco Socialismo e Democracia, formado pelo sempre fiel PCdoB, mais PSB, PPS e Rede. Esse bloco tem direito a quatro indicações para a comissão, e é onde o governo espera conseguir reforço.

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