A loja maçônica precursora do Vale do Taquari e do município de Venâncio Aires é a Acácia Negra, fundada há quatro décadas. No dia 13, os integrantes comemoraram o aniversário da entidade.
Ontem, o evento festivo reuniu a fraternidade e convidados para reflexão. Segundo o venerado mestre André Araújo, a maçonaria tem por premissa melhorar o ser humano baseado em conceitos iluministas, considerando os conhecimentos buscados em intensas pesquisas. Trata-se da construção individual.
Para muitos, o caráter secreto da entidade desperta a imaginação que alcança pré-julgamentos inimagináveis. Desde bruxaria até os mais disparatados apontamentos de pactos com o diabo. Maçom vem da palavra francesa construtor. Na raiz histórica, a maçonaria foi um encontro entre mestres de obras que se reuniam para contar os segredos das construções e contestar o absolutismo dos reis.
Conforme Araújo, a sociedade de caráter secreto não faz distinção de credo. Para participar, é preciso ter ficha limpa, não ter problemas financeiros e ser indicado por alguém do grupo. Após a indicação, deve aguardar o consentimento dos integrantes para ser iniciado.
Uma das máximas é não discutir política dentro do grupo. Há posicionamentos contrários, que fazem jus à pluralidade de opiniões. Conforme o mestre, há literatura própria para o entendimento. “Na sociedade universal, os membros cultivam o aclassismo, humanidade, princípios de liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual.”
Sessão aberta
Desde 1999 na entidade, o publicitário Gilberto Soares afirma que a sessão branca, como é chamada, serve para uma apresentação histórica da sociedade. Formada por 68 integrantes, a Acácia Negra conserva os valores pregados em todo o mundo. “Os maçons são iluministas por princípios. É uma instituição de homens livres e de bons costumes.”
Soares lembra que todos os regimes de exceção são contra os princípios democráticos maçons. Segundo ele, há quem tenha mais posses, mas todos são tratados iguais. O trabalho social se dá na mudança interna de cada um. “Aprendi a ser mais tolerante. A gente dá maior atenção à história e compreende que as pessoas são iguais.”