Projeto estuda identidade dos caingangues

Lajeado

Projeto estuda identidade dos caingangues

Pesquisa da Univates reconta história do povo indígena mais antigo do Brasil

Projeto estuda identidade dos caingangues
Lajeado
oktober-2024

Os antepassados dos caingangues são os mais antigos da Região Sul, com registros de ocupação anterior à Era Cristã.

São mais antigos que os próprios tupis-guaranis, originários da Região Norte. Mas a literatura científica e o estudo da história do povo caingangue são recentes.

Com 25 anos dedicados à pesquisa da cultura indígena, o professor Luís Fernando Laroque coordena o projeto de extensão História e Cultura caingangue em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari – Antas.

O estudo é resultado da parceria entre a Univates e o Conselho de Missões entre Povos Indígenas (Comin) da Instituição Sinodal de Apoio à Educação e Cultura.

O objetivo do grupo de pesquisadores, extensionistas, bolsistas e voluntários é estudar a história e as condições atuais de sustentabilidade, meio ambiente, saúde e educação das famílias caingangues que se encontram em Lajeado, Estrela e Tabaí.

O grupo dos caingangues é o maior do ponto de vista demográfico da Região Sul, tendo, em 2010, mais de 38 mil indivíduos registrados. Conforme o professor Laroque, a ocupação deles no território gaúcho remonta ao início da Era Cristã, mas estudos dedicados a essa documentação são raros.

“Temos registros escritos desses povos a partir do fim do século XVIII e início do século XIX. Existem documentos do século XIX e XX que registram a presença deles também nos centros urbanos”, analisa Laroque. Com a chegada dos colonizadores alemães e italianos, essas populações foram expulsas e obrigadas a migrar para territórios localizados em áreas da porção norte do estado.

Luta diária

A equipe da pesquisa conversou com o cacique Gregório Antunes da Silva, com o vice-cacique Setembrino Vergueiro e com a responsável cultural Eliane Antunes da Silva. Esses caingangues são representantes pela Aldeia Foxá, no bairro Jardim do Cedro, em Lajeado.

A Foxá é uma comunidade com cerca de 90 integrantes. Desses, 25 crianças em idade escolar. A fonte de renda provém do artesanato. Com os rios poluídos e a proibição da caça, resta ao grupo comprar mantimentos que não podem ser cultivados.

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