Projeto estuda identidade dos caingangues

Lajeado

Projeto estuda identidade dos caingangues

Pesquisa da Univates reconta história do povo indígena mais antigo do Brasil

Projeto estuda identidade dos caingangues
Lajeado

Os antepassados dos caingangues são os mais antigos da Região Sul, com registros de ocupação anterior à Era Cristã.

São mais antigos que os próprios tupis-guaranis, originários da Região Norte. Mas a literatura científica e o estudo da história do povo caingangue são recentes.

Com 25 anos dedicados à pesquisa da cultura indígena, o professor Luís Fernando Laroque coordena o projeto de extensão História e Cultura caingangue em territórios da Bacia Hidrográfica Taquari – Antas.

O estudo é resultado da parceria entre a Univates e o Conselho de Missões entre Povos Indígenas (Comin) da Instituição Sinodal de Apoio à Educação e Cultura.

O objetivo do grupo de pesquisadores, extensionistas, bolsistas e voluntários é estudar a história e as condições atuais de sustentabilidade, meio ambiente, saúde e educação das famílias caingangues que se encontram em Lajeado, Estrela e Tabaí.

O grupo dos caingangues é o maior do ponto de vista demográfico da Região Sul, tendo, em 2010, mais de 38 mil indivíduos registrados. Conforme o professor Laroque, a ocupação deles no território gaúcho remonta ao início da Era Cristã, mas estudos dedicados a essa documentação são raros.

“Temos registros escritos desses povos a partir do fim do século XVIII e início do século XIX. Existem documentos do século XIX e XX que registram a presença deles também nos centros urbanos”, analisa Laroque. Com a chegada dos colonizadores alemães e italianos, essas populações foram expulsas e obrigadas a migrar para territórios localizados em áreas da porção norte do estado.

Luta diária

A equipe da pesquisa conversou com o cacique Gregório Antunes da Silva, com o vice-cacique Setembrino Vergueiro e com a responsável cultural Eliane Antunes da Silva. Esses caingangues são representantes pela Aldeia Foxá, no bairro Jardim do Cedro, em Lajeado.

A Foxá é uma comunidade com cerca de 90 integrantes. Desses, 25 crianças em idade escolar. A fonte de renda provém do artesanato. Com os rios poluídos e a proibição da caça, resta ao grupo comprar mantimentos que não podem ser cultivados.

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